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sexta-feira, 29 de novembro de 2019

"Tundavala" de Paula Lobato de Faria

Não vos quero falar da terra onde nasci e vivi os meus primeiros onze anos, nem como a mudança abrupta de continente me marcou. Digo-vos apenas que o nome que dá título a este livro estava gravado bem cá dentro porque mal o vi percebi que tinha de ler esta história.
Não ia com expectativas criadas, queria somente ler e, se possível, relembrar sítios, cheiros e cores.
Gostei. Sobretudo, aprendi. Mais do que o enredo, que achei fidedigno da época apresentada,  gostei de relembrar a História do Portugal de 1966. Pormenores desconhecidos e que encaixaram na visão que tinha dessa época. O ambiente claustrofóbico que se vivia então, o medo e a repressão silenciosa, tudo é representativo de um país fechado em si mesmo.
Para quem não viveu nessa época e nasceu já em plena democracia, creio que esta leitura é espectacular para lembrar ou relembrar que a liberdade foi conquistada com muito sacrifício e com o peso de muitas vidas.
Senti que o final chegou depressa demais. Tinha preferido mais umas quantas páginas  que me pudessem sossegar quanto ao destino dos três irmãos, de Luisinha e de Amir  (creio que ao afirmar isso não estou a fazer nenhum spoiler)!
De resto, adorei fazer parte de uma época que conhecia só de ouvir falar! Recomendo!

Terminado em 14 de Novembro de 2019

Estrelas: 5*

Sinopse
O destino separa as duas primas, Cristiana e Lourença, próximas desde crianças. Estamos em 1966, e a primeira é dona de casa e mãe de três filhos em Lisboa, enquanto a segunda segue a carreira de enfermeira-páraquedista na guerra em Angola. O quotidiano das suas vidas desenrola-se em cenários opostos, tal como acontecia entre a Metrópole e as Colónias durante a guerra do Ultramar.

Portugal encontra-se na agonia do salazarismo; o país vive a censura e a repressão da PIDE, abafando escândalos sexuais, massacres e atentados aos direitos humanos nos territórios em guerra. As únicas notícias credíveis chegam através da imprensa estrangeira.

Enquanto os acontecimentos políticos fervilham no final do regime, as vidas de Cristiana e de Lourença sofrem o embate de encontros e reencontros inesperados que as podem transformar para sempre.

Miguel, o marido de Cristiana, não é quem ela pensava e a descoberta de uma carta antiga fá-la perceber como ele manipulou o seu futuro com Nils, o seu grande amor. Por seu turno, Lourença, refugiada em África há anos, teme não conseguir libertar-se da paixão pelo primo João, casado e a viver em Lisboa.

As histórias das personagens deste romance enlaçam-se com a própria História. A autora cria uma narrativa complexa, cativante, com um ritmo que imita o da própria vida.

Cris

2 comentários:

  1. Desconhecia este título mas a tua opinião suscitou-me a curiosidade... vou ver se o encontro na biblioteca, parece mesmo interessante!

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  2. Excelente livro! Parabéns á autora.

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