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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A Escolha do Jorge: "O Projeto Rosie"

Don Tillman é um cientista da área da Genética, um dos mais conceituados da Austrália. No entanto, apesar de ser possuidor de uma inteligência sem precedentes, é simultaneamente um indivíduo com todas as características de alguém portador da síndrome de aspergen, demonstrando, deste modo, dificuldades no relacionamento com as pessoas à sua volta mesmo em situações que para a maioria das pessoas considera como banais atividades do quotidiano.

Aos 39 anos, Don Tillman não mantém qualquer tipo de contacto emocional com nenhuma mulher em particular, além dos fugazes contactos de índole sexual que tem esporadicamente e é nesse contexto que, com a ajuda de Gene e Claudia, um casal amigo, embarca naquilo que determina como o Projeto Esposa.

É neste contexto que os seus amigos casamenteiros colocam Rosie no caminho de Don, embarcando os dois inicialmente num projeto ligado à genética na medida em que Rosie pretende descobrir quem é o seu verdadeiro pai através de uma lista imensa de possíveis candidatos, antigos colegas de Medicina da sua mãe, fruto de uma noite de devaneio.

Com muitas viagens e aventuras pelo meio, vemo-nos a torcer ao máximo para que os dois personagens encontrem um ponto em comum nas suas vidas de modo a quererem traçar rumo em conjunto transformando, deste modo, o Projeto Esposa em Projeto Rosie.

Não se trata de um livro excecional, nem daquilo que possa ser eventualmente considerado literatura a sério, porém não deixa de ser um livro que apesar de ser de leitura leve, agarra-nos e envolve-nos para o seu epicentro, tratando-se também de uma história bastante visual.

“O Projeto Rosie” de Graeme Simsion será adaptado brevemente ao cinema pela Sony Pictures sendo já um livro publicado em mais de trinta países.

Excertos:

“Durante algum tempo, o Gene e a Claudia tentaram ajudar-me no Problema Esposa. Infelizmente a abordagem deles baseava-se no paradigma tradicional de marcação de encontros, que eu já abandonara, pois a probabilidade de sucesso não justificava o esforço nem as experiências negativas. Tenho trinta e nove anos, sou alto, inteligente e estou em boa forma física, tenho um estatuto relativamente elevado e um rendimento acima da média como professor assistente. Em termos lógicos, eu devia ser atraente para muitos tipos de mulheres. No reino animal, seria um sucesso reprodutivo.” (p. 13)

“- Então, fazes a mesma comida todas as terças-feiras?
- Correto.
Enumerei as oito vantagens principais do Sistema Padronizado de Refeições:
1. Não há necessidade de acumular livros de culinária.
2. Lista de compras padronizada – tornando as compras muito eficientes.
3. Desperdício quase nulo – nada no frigorífico ou na despensa, além do necessário para uma das receitas.
4. Dieta planeada de antemão e equilibrada do ponto de vista nutritivo.
5. Não se perde tempo a pensar no que se vai cozinhar.
6. Não há erros nem surpresas desagradáveis.
7. Comida excelente, superior à da maioria dos restaurantes e a um preço muito inferior (ver ponto 3).
8. Carga cognitiva mínima exigida.” (p. 68)
“- Se estivesses a seguir o teu horário normal, que horas seriam agora?
- 18h38.
O relógio do forno marcava 21h09. A Rosie localizou os controlos e começou a acertar a hora. Percebi o que ela estava a fazer. Uma solução perfeita. Quando terminou, o relógio mostrava 18h38.
Já não era necessário fazer novos cálculos. Congratulei-a pela ideia.


- Criaste um novo fuso horário. O jantar estará pronto às 20h55, fuso horário da Rosie.
(…)
- Onde guardas o saca-rolhas? – perguntou ela.
- O vinho não faz parte da ementa das terças-feiras.
- Que se lixe – disse a Rosie.
Havia uma certa lógica na resposta dela. Só iria comer um prato do jantar. Era o último passo no abandono da agenda da noite.
Anunciei a mudança:
- O tempo foi redefinido. As regras anteriores já não se aplicam. O álcool é assim declarado obrigatório no Fuso Horário da Rosie.” (p. 70)
“- Convidei-te para jantar esta noite porque quando perceberes que queres passar o resto da vida com alguém, vais querer que o resto da vida comece o mais depressa possível.” (p. 305)

Texto da autoria de Jorge Navarro

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