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domingo, 19 de agosto de 2012

Ao domingo com... Emílio Miranda


"Sobre mim:

Chamo-me Emílio (Gouveia) Miranda e nasci em Angola, há 46 anos. Da minha primeira infância guardo as memórias do chão quente sob os pés descalços, das chuvadas densas a cheirarem a terra molhada e das mangas maduras a desfazerem-se na boca. 

A guerra colonial e a descolonização ditam, em 1975, a minha vinda para Portugal. 

Mais precisamente para uma aldeia (agora vila) vizinha de Vila Real, de nome Lordelo, de onde o meu pai partira 27 anos antes e onde quase tudo era novo, começando pelas casas de estuque e soalho, os muros de granito, o fontanário do largo e os montes fronteiros, cobertos de pinhais e giesteiras, que o verão iluminava e o inverno cobria de sombras e neblinas.

Neste mundo de imaginação, onde se matava o porco em Novembro, se apanhava cogumelos em Dezembro, Janeiro pintava de branco, e em Julho e Agosto se tomava banho em tanques e levadas, descobri velhas histórias e lendas, a magia da televisão - que veio a revelar-se a grande janela para o mundo real e imaginário - e as revistas de BD que haveriam de alimentar fantasias e sonhos. 

Mais tarde a cidade substitui a aldeia e o pequeno mundo de campos e florestas transforma-se no grande mundo de ruas amplas, avenidas e prédios, onde a imaginação se expande, com a descoberta de novas realidades, como sejam o cinema e a literatura.

Apesar de sempre ter vivido entre livros [fruto da paixão do meu pai pelos grandes clássicos, como sejam Campos Júnior, Camilo Castelo Branco, Alexandre Herculano, Guerra Junqueiro, Eça e tantos outros, entre os quais que se incluíam autores norte-americanos, como Zane Grey, autor de Sombras Sobre a Trilha, A Luz das Estrelas do Oeste ou o Rio dos Salmões, franceses como Victor Hugo, autor de Os Miseráveis ou espanhóis como Vicente Blasco Ibañez que escreveu Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse], a paixão pela leitura chegou apenas aos 14, 15 anos, tendo desde logo ganhado contornos de doença ou vício.

Com a leitura surgiram os primeiros textos, no início sob a forma de simples devaneios poéticos, que dariam origem, em 1984, à Antologia da Nova Poesia Transmontana, em conjunto com mais 6 autores, e depois a pequenos contos, guardados na gaveta, até que o desafio de escrever uma grande obra surge, entre os 19, 20 anos, com A Última Vinda de Marte, com contornos de Ficção Científica que retrata a derradeira guerra travada pela humanidade e que serve de tubo de ensaio àquela que viria a germinar logo a seguir mas que seria apenas concluída em 2008, intitulada A Princesa do Corgo.

A Princesa do Corgo, trata-se de um romance histórico sobre a época de D. Dinis e a fundação de Vila Real, editado em 2009 pela Planeta Editora, com capa de Pedro Pires. É o primeiro e também o mais complexo romance escrito até ao momento, com uma intrincada ação que se desenrola ao longo de quase 700 páginas.

Seguem-se em 2011:
- Uma Árvore Intemporal – poesia – Edium Editores;
- De Névoa e de Vento – contos – Edium Editores;
- Do Tempo e Outros Velhos – prosa poética - Edium Editores.
- Pelo meio, o prémio Novos Autores FNAC Literatura, com o conto João o Trovador.

Em 2012:
- Uma Linha de Torres – A história de uma resistência – romance histórico juvenil – Alfarroba Edições;
- Contos do Nosso Tempo – coletânea de contos, em coautoria com mais 20 autores – Esfera do Caos;
- O Livro dos Mosquetes – romance histórico – Saída de Emergência.

Mais recentemente, a 1 de Agosto, surge a eleição como um dos Novos Autores Revista 21/ Bertrand, com o conto (N)A Equação Matemática da Vida.

Tenho ainda poemas e versos publicados em páginas de Facebook e Blogues.

Para saberem mais de mim, visitem-me em www.emiliomiranda.com e nas páginas de facebook Emílio Miranda – Escritor e de cada uma das minhas obras."

Vila Nova da Barquinha, 1 de Agosto de 2012
Emílio Miranda

4 comentários:

  1. Hummmmm, fiquei super curiosa.....
    Mais um debaixo de olho :)
    Teresa Carvalho

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  2. Foi mesmo uma mudança radical, de Angola para Trás-os-Montes, região que conheço bem, pois o meu pai é da zona de Macedo de Cavaleiros. Nunca estive em África, mas ando ocupada com as minhas memórias do 25 de Abril (tenho, mais ou menos, a sua idade) e lembro-me bem dos chamados "retornados". Tenho, aliás, uns tios, também originários de Trás-os-Montes, que vieram de Moçambique, em 1974, mas acabaram por se estabelecer em Coimbra. São os únicos "retornados" de quem conheço a história.

    Fiquei curiosa quanto à "Princesa do Corgo", já que escrevi um romance sobre D. Dinis ;)

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  3. A princesa do Corvo foi a minha distração antes de dormir, nos últimos dois meses. para quem gosta de romances históricos: muito bom enredo. É admirável como o autor consegue manter o interesse e o dinamismo da ação na escrita de quase 700 páginas. O livro merece uma muito melhor revisão de texto e da pontuação.
    Teresa Mendes

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