Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 320
Editor: Editorial Planeta
ISBN: 9789896572907
Despertaram a minha curiosidade ao falarem nas dificuldades com que se deparavam quem nessa época viveu, tanto pelas restrições impostas pelo regime, como também pelos aspectos sociais e culturais que ditavam os costumes de então.
Não me foi fácil entrar no estilo desta escritora. As palavras não têm rodeios. Duras, cruéis. Palavrinhas e palavrões. Mas, ao fim de algumas páginas, estava deliciada. Discurso directo, indirecto, figuras de estilo multiplicando-se na nossa frente, combinando-se entre si na perfeição e criando um estilo muito próprio, nada convencional.
As personagens recriam uma época e, mesmo sem querer, vamo-nos lembrando de histórias parecidas contadas por que viveu numa época onde a ignorância e a obediência eram valorizadas por quem estava no poder... Mas é aos poucos que vamos percebendo como a autora, sabiamente, mesclou aspectos reais com ficção.
Não pude deixar de ler em voz alta alguns parágrafos, de humor requintado, que me fizeram sorrir e ter vontade de os partilhar com quem nessa altura se encontrava a meu lado. Os momentos especiais devem ser partilhados e este livro possui alguns realmente surpreendentes.
Um aspecto que me atraiu nesta leitura foi a interferência de numa personagem, logo no início, que questiona o narrador, ajudando-nos a situar na narrativa, percebendo melhor as ligações dos personagens entre si.
Um romance que, quando findo, nos deixa a pensar e a reflectir em tudo o que foi dito sobre o Estado Novo e no que ficou por dizer, subentendido que estava nesta narrativa.
Gostei realmente!
Terminado em 25 de Agosto de 2012
Estrelas: 6*
Sinopse
Cidade de Setúbal, décadas de 30, 40, 50 e 60 do século XX. Num Portugal provinciano, amordaçado e eternamente adiado, Arminda e Maria João nascem no mesmo bairro, no meio da mesma miséria, numa cidade que adormece e acorda ao som das sirenes da indústria conserveira e onde se cruzam múltiplos interesses nacionais e internacionais.
Os seus destinos serão bem diferentes, construídos com obstinação e persistência, tentando não levantar mais ondas do que aquelas que sacodem periodicamente esta cidade de gente do mar. As teias femininas do Largo da Fonte Nova vão-se tecendo sub-reptícias, subversivas, subtis, contra ventos e marés, a romper o cerco do medo e da pobreza de meios e de espírito.
Alice Brito consegue, em As Mulheres da Fonte Nova, a proeza de nos dar, num fundo histórico sólido e rigoroso, uma narrativa forte, de mulheres de armas, realistas e sem concessões, onde um humor desconcertante e um estilo atual despem o drama destas vidas de qualquer sentimentalismo, deixando-nos só com a paixão de uma grande história, que se lê de um fôlego. É urgente, no Portugal da segunda década do século XXI, conhecer estas mulheres.
Olá , passei pela net encontrei o seu blog e o achei muito bom, li algumas coisas folhe-ei algumas postagens, gostei do que li e desde já quero dar-lhe os parabéns, e espero que continue se esforçando para sempre fazer o seu melhor, quando encontro bons blogs sempre fico mais um pouco meu nome é: António Batalha. Como sou um homem de Deus deixo-lhe a minha bênção. E que haja muita felicidade e saude em sua vida e em toda a sua casa.
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