Já tinha ouvido falar deste livro que é o segundo da trilogia “Paternidades Falhadas”
mas como trata de histórias distintas não se tornou necessário ler por ordem. Sabia vagamente ao que ia.
Joana, grávida de sete meses, começa em trabalho de parto e vai para um hospital. Vai calma sabendo que com estas semanas de gestação a medicina faz milagres. E depois são uma série de acontecimentos que acabam por desencadear reações descontroladas, quer da parte da própria Joana quer da parte do pessoal hospitalar. Sei que muitas situações por que passam as mulheres são algo semelhantes às descritas, o que é vergonhoso, mas tive dificuldade em aceitar como “normais” algumas reações de Joana. Só consigo explicar o seu desnorte porque possivelmente estaria em estado de choque pelo que lhe sucedeu, que como é evidente não poderei referir para não dar spoilers…
De qualquer forma e independentemente dessa estranheza que a personagem principal me fez sentir, gostei muito deste tema e pela forma como foi abordado. Cheio de sensibilidade, apanhando e descrevendo pormenores que achei muito semelhantes, infelizmente, à realidade vivida por muitas mulheres num momento de grande fragilidade emocional.
É um livro pequeno, quase em formato de bolso, mas pela sua dureza não é de leitura corrida nem fácil. O nó na garganta não se desfaz e nem o final dá descanso ao leitor.
Terminado em 31 de Outubro de 2024
Estrelas: 5*
Sinopse
Joana e Jorge esperam por um filho há oito anos. Mudaram três vezes a cor do quarto da criança: a ansiedade era muita. Naquela noite, aos sete meses de gravidez, quando rebentam as águas de Joana, Jorge apanhou-se a pensar que talvez haja males que vêm por bem e que isso significasse um parto mais fácil. O drama explode no hospital quando algo corre mal. Joana pede então ao médico que simule uma normalidade dando início a um longo itinerário interior que a leva, à personagem e a nós, leitores, numa viagem de montanha russa à loucura.
Cris
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