Esta obra foge (ia dizer "um pouco" mas, na realidade, é "em muito"!) daquilo que habitualmente leio. Creio que se poderá classificar de distopia e costumo ler mais coisas terra a terra, com algum ou bastantes factos verídicos ou, pelo menos, baseados em.
Mas gostei do que li. Alec e Ève vivem sozinhos numa pequena ilha na costa do Atlântico, isolados mas nem se conhecem. Os seus únicos contactos fazem-se através de uma barco para uma ilha próxima onde existe uma pequena comunidade. Por diferentes motivos, refugiaram-se ali e estão bem assim. Mas uma avaria nos meios de comunicação, sem que percebam o motivo, junta-os e isto é o ponto de partida para uma trama que nos faz refletir muito.
O desenhador e a romancista encontram nesse episódio motivo de conversa e começam um relacionamento mais próximo com o desenrolar dos acontecimentos estranhos que sucedem no mundo a partir desse corte nas comunicações.
O mundo em guerra, a proximidade de um cataclismo nuclear, fica suspenso com essa avaria. Ninguém sabe o que se passa e as comunicações não se fazem. O perigo da guerra é interrompido. Eis que surgem algumas pessoas que, quais salvadores, repõem e corrigem o corte das comunicações. Quem são eles e o que pretendem?
Já imaginaram o que seria e como estamos dependentes delas? Um livro para se fazer uma reflexão demorada sobre assuntos actuais.
A capa remete para a civilização grega que, aparentemente nada tem a ver com o que referi mas fará todo o sentido aquando da leitura.
Terminado em 23 de Novembro de 2024
Estrelas: 4*
Sinopse
"Alec, desenhador de meia-idade, e Ève, romancista, são os únicos habitantes de uma pequena ilha na costa do Atlântico. Evitam-se, até ao dia em que uma avaria inexplicável em todos os meios de comunicação os força a sair da sua solidão.
O que se passa? O planeta sofreu algum cataclismo após as ameaças contínuas de conflito nuclear e ataques terroristas em grande escala? O que aconteceu nas ilhas próximas, no litoral, no resto do país, no resto do planeta?
Aos poucos, Alec vai resolver o mistério. Graças ao seu velho amigo Moro, que se tornou um dos conselheiros de confiança do presidente dos Estados Unidos, conseguirá reconstruir o desenrolar dos acontecimentos, até descobrir que, embora a humanidade tenha escapado ao desastre, o fez de uma forma tão estranha e inesperada que a História não poderá retomar o seu curso como antes.
O encontro tumultuoso dos nossos desorientados contemporâneos com os seus «irmãos inesperados» , pertencentes a uma misteriosa civilização que se autoproclama herdeira da Grécia antiga e que alcançou um conhecimento médico muito mais avançado do que o nosso, faz deste romance um conto moderno de grande força dramática."
Cris
Não costumo ler distopias, por isso não sei se iria apreciar.
ResponderEliminarTambém não leio muitas, fica sempre em mim um sentimento de irrealidade...
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