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segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

"Irmãos Inesperados" de Amin Maalouf

Só agora me dei conta que este foi o meu último livro lido de 2024. Comecei vários mas como o meu estado de cansaço e distracção é muito elevado, não acabei mais nenhum depois dele. Achei por bem dar folga à leitura e nem tenho tentado ler mais nada. 

Esta obra foge (ia dizer "um pouco" mas, na realidade, é "em muito"!) daquilo que habitualmente leio. Creio que se poderá classificar de distopia e costumo ler mais coisas terra a terra, com algum ou bastantes factos verídicos ou, pelo menos, baseados em.

Mas gostei do que li. Alec e Ève vivem sozinhos numa pequena ilha na costa do Atlântico, isolados mas nem se conhecem. Os seus únicos contactos fazem-se através de uma barco para uma ilha próxima onde existe uma pequena comunidade. Por diferentes motivos, refugiaram-se ali e estão bem assim. Mas uma avaria nos meios de comunicação, sem que percebam o motivo, junta-os e isto é o ponto de partida para uma trama que nos faz refletir muito. 

O desenhador e a romancista encontram nesse episódio motivo de conversa e começam um relacionamento mais próximo com o desenrolar dos acontecimentos estranhos que sucedem no mundo a partir desse corte nas comunicações.

O mundo em guerra, a proximidade de um cataclismo nuclear, fica suspenso com essa avaria. Ninguém sabe o que se passa e as comunicações não se fazem. O perigo da guerra é interrompido. Eis que surgem algumas pessoas que, quais salvadores, repõem e corrigem o corte das comunicações. Quem são eles e o que pretendem?

Já imaginaram o que seria e como estamos dependentes delas? Um livro para se fazer uma reflexão demorada sobre assuntos actuais.

A capa remete para a civilização grega que, aparentemente nada tem a ver com o que referi mas fará todo o sentido aquando da leitura.

Terminado em 23 de Novembro de 2024

Estrelas: 4*

Sinopse
"Alec, desenhador de meia-idade, e Ève, romancista, são os únicos habitantes de uma pequena ilha na costa do Atlântico. Evitam-se, até ao dia em que uma avaria inexplicável em todos os meios de comunicação os força a sair da sua solidão.
O que se passa? O planeta sofreu algum cataclismo após as ameaças contínuas de conflito nuclear e ataques terroristas em grande escala? O que aconteceu nas ilhas próximas, no litoral, no resto do país, no resto do planeta?
Aos poucos, Alec vai resolver o mistério. Graças ao seu velho amigo Moro, que se tornou um dos conselheiros de confiança do presidente dos Estados Unidos, conseguirá reconstruir o desenrolar dos acontecimentos, até descobrir que, embora a humanidade tenha escapado ao desastre, o fez de uma forma tão estranha e inesperada que a História não poderá retomar o seu curso como antes.
O encontro tumultuoso dos nossos desorientados contemporâneos com os seus «irmãos inesperados» , pertencentes a uma misteriosa civilização que se autoproclama herdeira da Grécia antiga e que alcançou um conhecimento médico muito mais avançado do que o nosso, faz deste romance um conto moderno de grande força dramática."

Cris

2 comentários:

  1. Não costumo ler distopias, por isso não sei se iria apreciar.

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    Respostas
    1. Também não leio muitas, fica sempre em mim um sentimento de irrealidade...

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