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domingo, 31 de dezembro de 2023

"Uma Solidão Demasiado Ruidosa" de Bohumil Hrabal

Lido com o intuito de falarmos sobre ele num clube de leitura, este livro deste autor checo despertou em mim vários estados opostos. Umas vezes li com muito interesse, sofreguidão até, outras, a trama não desenvolvia e parecia que enrolava. É livro que beneficiaria de uma segunda leitura, certamente.

Não possui muita intriga, esta trama, mas nesta obra, ao reunir uma série de episódios passados com o narrador, o leitor fica com uma visão geral da vida de Hanta, um homem solitário que trabalha com uma prensa hidráulica numa fábrica de papel.

Uma das frases que ele repete insistentemente e que me fez sorrir amiúde, é que ele "é culto independentemente da sua vontade" já que pelas suas mãos passam milhares de livros para destruição e ele vai salvando aqueles que lhe parecem mais importantes. Uma crítica subliminar ao regime está por detrás destes episódios narrados, neste encadear de pensamentos escritos na primeira pessoa, por alguém que ama a sua profissão e a exerce da melhor maneira que sabe.

Algumas situações são inusitadas, insólitas, quase absurdas, com momentos de humor que desconcertam o leitor. Como pano de fundo está a II Guerra embora ela não seja o foco do livro. Diz repetidamente: "O céu não é humano". Achamos isso muitas vezes, não é?

Vale a pena ler!

Terminado em 12 de Dezembro de 2023

Estrelas: 5*

Sinopse

Agora em tradução revista, "Uma Solidão Demasiado Ruidosa" (1976) é a história do velho Hanta, que, por ofício, prensa e destrói livros no subsolo de Praga, e que, por amor, salva dessa hecatombe os mais belos achados em pilhas de papel: textos de Kant, Hegel, Camus, Novalis e Lao-Tsé, todos eles condenados à destruição pelas autoridades.

Até que, um dia, o progresso quer aniquilar com mais eficácia as páginas que Hanta insiste em resgatar da sua obsoleta prensa. Censurada e publicada em samizdat, "Uma Solidão Demasiado Ruidosa" tornou-se uma obra de culto sobre a indestrutibilidade da memória e da palavra e o seu poder redentor em tempos bárbaros. Bohumil Hrabal confessou ter vivido apenas para escrever este livro.

Cris

1 comentário:

  1. Infelizmente, a nossa História está cheia de casos de destruição de livros :( Não conhecia esta obra.

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