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segunda-feira, 22 de junho de 2020

A Convidada Escolhe: "E, de repente, a alegria"

Não é fácil explicar porque gosto tanto dos romances de Manuel Vilas. Ele é atormentado pela escuridão mas busca a luz. O sofrimento de que tomou consciência quando escreveu um romance. Em "E, de repente, a alegria" há 107 capítulos de apego aos fantasmas do passado e à vida como ela era para abraçar o presente numa prosa delicada.
"Eu andava deprimido sempre com Arnold de roda de mim.
porque na altura vivia só para o Arnold Schönberg: repara que inventei um nome ilustre para as minhas angústias, talvez os livros sirvam para isso, para adornar as nossas dores."
Uma esperança à qual umas vezes chama beleza, e outras, alegria,  e há que ter fé na alegria, porque sem ela a vida humana não prevalecerá." (pag.239)
O que torna este romance arrebatador é a proximidade com o leitor que, apesar de tudo acaba por se identificar com um protagonista tão complexo mas verdadeiro, que dá nome a sentimentos e emoções que nem sempre conseguimos definir. A lucidez é inebriante. A busca da verdade e de si mesmo também.  O amor que se perpetua de pais para filhos, testemunho de vida, é o tema circular que Manuel Vilas não deixa cair, com rasgos de brilhantismo quando expande a sua análise para os outros. Política, sociedade, natureza humana são assuntos sobre o qual reflete.

Eventualmente, não agradará a todos mas é um romance muito bom para muitos. A sinopse não deixa margem para dúvidas. Ouse
Vera Sopa

5 comentários:

  1. Estou tão curiosa com este autor, ainda não o li. Tenho este e o "Em Tudo Havia Beleza" na minha wishlist. Acho que vou comprar na feira do livro :)

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    1. Pelo que sei são livros introspectivos, de leitura lenta e para pensar. Bjinhos

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  2. Não conhecia o autor...mas pela descrição será o próximo livro para ler este verão. Um romance a não perder

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  3. Nunca li nada do autor, mas nunca é tarde para começar.

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