Tinham-me avisado que esta leitura era forte, pesada. Tendo adorado o livro anteiror desta autora, estava preparada para algumas reviravoltas. Achei este um pouco diferente do anterior e ainda bem que a autora não se fica pelo mesmo registo. Gosto de ser surpreendida!
Mas achei-o pequeno. Queria mais e sei que quem escreve o poderia ter feito. Acabou rápido demais. Não que isso o prejudique pois considero-o uma grande leitura. Os vários capítulos alternam entre alguns narradores diferentes e, assim, o leitor vai-se integrando nas várias vidas que pululam em torno de um menino de 8/9 anos, que habita à semana ora com o pai, ora com a mãe.
O final é abrupto! Sem esperarmos, a última palavra é lida. Fiquei sem chão, a pensar se gostava ou não de tal facto. Embora saiba que isso não vai agradar a muitas pessoas, depois de o ter assimilado por uns momentos, consigo dar a mão à palmatória: gostei muito do final em aberto. O meu lado positivo pôs-se logo a sussurrar finais cheios de esperança mas, infelizmente, todo o enredo sugere algo de muito mau.
Um livro pequeno, lido em 24 horas! Pequeno mas carregado de sentido, verosímil, que traduz a realidade de muitas crianças espalhadas pelo mundo fora. A violência, os abusos podem não ser físicos mas não são menos intensos e marcantes por isso. Um livro que nos deixa sem chão, a pensar como as vítimas podem viver sem serem reconhecidas e, mesmo desde muito pequenas, tendem a esconder as suas vivências. Pior, tendem a proteger quem lhes faz mal!
Super recomendo! Esta é a prova em como um livro de poucas páginas pode ser fabuloso!
Terminado a 22 de Abril de 2019
Estrelas: 6*
Sinopse
Este é um livro que, com profunda sensibilidade, explora mundos distantes que, afinal, têm muitos pontos em comum: a infância e a vida adulta, a autodestruição e a salvação abnegada, o sofrimento e a busca pela felicidade. Através de uma narração caleidoscópica, Delphine de Vigan apresenta-nos o drama das relações humanas, com tudo o que estas têm de mais negro e de mais belo. Lealdades, assente no equilíbrio de contrapontos, é um verdadeiro romance psicológico dos nossos tempos.
Cris
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