Foto de Carlos Ramos |
Sempre escrevi para mim e também para os outros, na forma de reportagem na imprensa, mas nada se pode comparar ao dia em que nos atiramos às cegas, para um trabalho de uma dimensão que nem tínhamos avaliado, para um caminho que vai ser feitos de extremos. Pelo menos, é para mim. É tortuoso e sublime, de trabalho árduo e puro devaneio, de muito prazer e dor, de, de suores frios e quentes.
Primeiro, é uma loucura. Como não chamar louca a alguém que escolhe, para primeiro livro, o reinado de Isabel I de Inglaterra, cruzando-o com a atormentada História da perda da independência de Portugal e, depois de jurar que não voltaria a fazer uma pesquisa tão extensa nos anos mais próximos, decide escrever um livro sobre a rainha Vitória, o mais longo reinado de sempre, cruzando-o com 5 – CINCO – dos últimos reis da História de Portugal?...
Só a paixão pode explicar tamanha ausência de racionalidade...
Comecei pelo romance histórico. Gosto de história, de factos e adoro ficção. Este género permite essa troca maravilhosa, trazendo para o quotidiano das pessoas outras eras, humanizando personagens mitificadas pela História que são, em primeiro lugar, pessoas como nós.
Às vezes perguntam-me qual é o meu público alvo. Se são os ingleses, se gostaria de publicar em Inglaterra...
Nada disso, o meu público são os portugueses. É para eles que escrevo, sempre e a todo o momento, mesmo que seja através do olhar ficcionado dos outros, porque sou, desde que me conheço, fascinada por este milagre que nos trouxe até aqui, contra todas as previsões da lógica! Isto era para não ter funcionado há 8 séculos! Mas funciona...
Escrevi Vitória de Inglaterra, a Rainha que Amou e Ameaçou Portugal, em plena crise, dizem que das mais graves de sempre em Portugal... E espero trazer aos portugueses a prova, com uma história de amizade entre reis, ambição política, conflitos graves, amor e paixão, onde o contraste, o preconceito e a caricatura são ingredientes fortes, de que este povo consegue tudo. Às vezes de formas bem criativas, pouco lineares, incompreensíveis – até para nós...-, mas sempre, sempre surpreendentes.
Isabel Machado
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