"Foi com todo o gosto que aceitei fazer esta rúbrica para ‘o tempo entre os meus livros’. Pediram-me para escrever sobre o que eu quisesse, fosse de mim como autor, fosse do livro da minha autoria publicado em Maio, A Trama da Estrela.
Contrariamente ao que é habitual – julgo que eu próprio já o terei evitado –, irei simplesmente exprimir-me acerca de mim mesmo, como pessoa. Se os leitores quiserem saber algo do autor podem consultar o blog em http://vascoricardo.blog.com; lá constam várias entrevistas, opiniões, recortes de imprensa, entre outros. Se, por outro lado, tiverem curiosidade acerca do livro e não o desejarem adquirir, podem consultar o Facebook ou Google e pesquisar à vontade.
Pois bem, não me considero um sonhador ou um criativo. Prefiro assumir-me como alguém que se esforça, que tem a determinação e a lucidez necessárias para fazer por mim aquilo que outros não fazem. Penso, aliás, ser essa a minha principal qualidade. Tenho uma permanente vontade de fazer melhor do que aquilo que já fiz. Quando termino uma ficção deixou-a partir para rapidamente abraçar uma nova. Mais tarde retomo-a para revê-la, por vezes sem nada ver, mas, emocionalmente, sinto-me já desligado da que já foi concebida.
Gosto de passar despercebido e observar, para de vez em quando lançar uma farpa e voltar para a minha carapaça, registando as consequências daquilo que provoquei. É divertido agir dessa forma. Não é muito nobre, bem sei, mas tem a sua graça e é um jogo inofensivo.
Não sei se prefiro o mar ao campo, a neve ao sol. Todos têm o seu encanto e tudo depende de um momento, de um estado de espírito. Aquilo que hoje posso assumir como predilecto amanhã pode não o ser mais. O mesmo ocorre com escritores de referência ou correntes literárias.
Sou um insatisfeito e procuro aquilo que jamais alcançarei. Resta-me esperar que um dia esteja mais próximo desse destino do que o que estou neste momento.
Em certas ocasiões, pretendo simplesmente parar, aliviar as ideias, mas sou constantemente bombardeado por novas motivações e por projectos de algo que pode terminar num instante ou visitar-me variadas vezes até eu decidir que vale a pena dar-lhe atenção.
Mas também consigo ver os defeitos que possuo. Sou chato muitas vezes e persistente no mau sentido. Cismo em demasia e sou excessivamente duro com o que construo. Ou seja, dou literalmente cabo de mim mesmo, daí que não tenha inimigos – acredito – pois faço o trabalho por todo os que pretendem sê-lo.
Em Dezembro sairá numa nova ficção, um thriller num registo diferente em comparação com o primeiro livro editado. Dentro de pouco tempo novidades surgirão."
Vasco Ricardo
Gostei da honestidade... muito bom!
ResponderEliminarBeijinhos
Teresa Carvalho