Edição/reimpressão: 2009
Páginas: 336
Editor: Edições Asa
ISBN: 9789892304762
Vi algures um comentário positivo sobre este livro e para além disso, o título deliciou-me. Depois de ler um livro,um segundo título vem-me logo à cabeça. Com este romance isto não aconteceu. "A vida em surdina" é um título perfeito!
É em forma de diário que somos confrontados com uma realidade, por vezes esquecida ou ignorada por todos nós, aqueles que não têm problemas de audição. Desmond, professor de linguística reformado, vai-nos dando conta das suas dificuldades, pelas quais passa diariamente, dificuldades essas que , muitas vezes, chegam ao cómico. Como ele próprio diz: "A cegueira é trágica, a surdez é cómica." Essa sua deficiência auditiva causa frequentemente equívocos que o isolam, o ridicularizam, o perturbam.
Escrito de uma forma simples, mas que nos prende a atenção, esta história apresenta-nos uma outra realidade dos nossos dias: Desmond vive a alguns quilómetros de distância de seu pai, de idade avançada. Este idoso, que possuiu uma vida rica de experiências, músico autodidacta, vê-se agora numa situação de crescente desespero e impotência para os outros, pois vai perdendo as suas capacidades mentais aos poucos, sem que ele próprio o reconheça devidamente. Que fazer com um idoso que se recusa sair de sua casa mas que, simultaneamente, constitui um perigo para si mesmo?
E, expectante, fui lendo este romance até que me encontrei na última página. E o resto? - perguntei eu. É a única crítica que faço a este livro: pareceu-me inacabado, faltou qualquer coisinha... Bem sei que a vida é, ela própria, muitas das vezes inacabada, mas isto é um romance, não? Por esta razão, tive dúvidas em dar 4 de classificação, mas achei que 3 seria muito pouco pois deu-me prazer ao ler este livro.
Gostei sinceramente.
Terminado em 10 de Dezembro de 2010
Estrelas: 4*
Sinopse
Quando decide pedir a reforma antecipada, o professor universitário Desmond Bates nunca pensou vir a sentir saudades da azáfama das aulas. A verdade é que a monotonia do dia-a-dia não o satisfaz. Para tal contribui também o facto de a carreira da sua mulher, Winifred, ir de vento em popa, reduzindo o papel de Desmond ao de mero acompanhante e dono de casa. Mas o que o aborrece verdadeiramente é a sua crescente perda de audição, fonte constante de atrito doméstico e constrangimento social. Desmond apercebe-se de que, na imaginação das pessoas, a surdez é cómica, enquanto a cegueira é trágica, mas para o surdo é tudo menos uma brincadeira. Contudo, vai ser a sua surdez que o levará a envolver-se, inadvertidamente, com uma jovem cujo comportamento imprevisível e irresponsável ameaça desestabilizar por completo a sua vida.
Há duas coisas que eu gostava de ter:- a sua coragem.e experimentar receitas novas ou velhas.
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