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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Soltas...

"Ao som das sirenes dos carros de polícia e das ambulâncias que gemiam urgências, os terroristas deixaram apressadamente, com pedaços de névoa nos olhos, o local do crime. Nesse instante profético, Virgílio viu empalidecer, entre os pedaços de chuva negra que caía, a estrela com que sonhara e duvidou, naquele momento tenebroso, do mundo novo que se propusera, deste jeito, fazer nascer."

"Beijava-te e rodopiava contigo pelos nossos corpos adentro e olhava-te bem de perto, o hálito quente do beijo misturado com as gotas de suor nosso, as garras dos nossos dedos misturando-se com a carne irrequieta, houve momentos em que chegámos a ser um só.Mas cedo partias mesmo ali ficando."

"Quando um semáforo passou a verde e a menina se levantou, com a Abelha Maia agarrada contra o peito, olhou e contemplou num instante que pareceu uma infinidade, um rosto e uns olhos tensos de um homem que suplicava, mudamente, que o tempo parasse. Mas o tempo explodiu e tudo se desfez à sua passagem."

"Chovia e ficámos em frente do jazigo, ali estavam meu pai e minha irmã, Agora rezamos menina! E eu que no colégio, aprendera tudo, tim-tim por tim-tim, atrapalhei-me no pai-nosso, as palavras saíram distorcidas e engasgadas, e acabei a chorar, molhava-me por dentro mas também por fora, Nem prestas para rezar, menina!"

"Agarrou-o por um ombro, Podes chamar-me tudo (...) vê lá o que te permito sem me ofender. Mas se me chamas isso tudo, que não sou, não te esqueças de me chamar também amigo!"

"A memória é uma casa grande, tão grande quanto a ausência. Na memória cabe tudo o que somos, incluindo o que quisemos olvidar e também tudo o que nunca seremos, mas que gostaríamos de ter sido."

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