Edição/reimpressão: 2002
Páginas: 216
Editor: Editorial Presença
ISBN: 9789722328548
Colecção: Grandes Narrativas
Este livro foi-me indicado por uma amiga da net, com a qual troco algumas opiniões sobre livros lidos (obrigada pela dica Teresa!). Pela capa não o compraria nunca, não é nada bonita nem sugestiva... mas a sinopse resume muito bem o seu conteúdo. Por essa razão tenho pouco a acrescentar.
Escrito de uma forma muito simples, com muitos diálogos fala-nos, no entanto, de assuntos que são actuais e marcantes.
Uma amizade e todo o processo de construção dessa mesma amizade, leva duas mulheres a voltarem aos seus passados, assumindo e relembrando memórias que tencionavam esquecer. Marcadas pelas suas vivências pessoais, que ensombram o presente, vão-se abrindo uma à outra e, simultaneamente, vão abrindo as portas aos horrores que viveram. Uma tentativa de incesto, o desmoronar de um amor que se idealizou em demasia marcam o passado de uma, enquanto que a outra possui toda uma vida sobre o domínio de um marido, de uma sociedade e de um ditador político, com todas as atrocidades que lhes estão inerentes.
Gostei.
Terminado em 5 de Dezembro de 2010
Estrelas: 4*
Sinopse
Depois de «As Filhas de Hanna» (Lisboa, Outubro de 1998), e «As Visões de Simão» (Lisboa, Agosto de 1999), e depois de ambos os livros terem registado um excelente acolhimento internacional, agora traduzidos para 36 línguas, a colecção «Grandes Narrativas» recebe o terceiro livro de Marianne Fredriksson, uma das autoras mais lida no mundo inteiro: «Duas Mulheres, Um Destino», uma história inesquecível sobre a espantosa e improvável amizade que une duas mulheres e sobre os segredos que ameaçam destruí-la.
Conheceram-se num belo dia primaveril num viveiro de plantas local, na Suécia dos anos 80. Inge Bertilsson é sueca, alta, loura e elegante. Amorosa e refinada, a antiga professora que vive agora dos livros que escreve sobre educação, é uma mulher governada pela razão e pelas suas profundas crenças morais. Mira Narvaes, é uma refugiada chilena que ainda se sente deslocada na gélida Escandinávia, que perdeu demasiado tempo em busca do verdadeiro significado da vida. De estatura média, morena e de uma beleza exótica, Mira é uma mulher devota que fala com Deus todos os dias e conhece somente duas línguas: o espanhol que pensa e o sueco que fala. Mutuamente intrigadas, as duas mulheres estão também conscientes das grandes diferenças sociais e culturais que parecem apartar as suas vidas. No entanto, são ambas mulheres na casa dos 50, ambas mães divorciadas com filhos adultos, e ambas encontram tremenda paz de espírito na jardinagem. Um forte sentimento desenvolve-se entre as duas mulheres através das muitas tardes passadas no belo jardim de Inge, a quem Mira acaba por revelar os horrores de um passado emsombrado pela morte de um filho e pelo desaparecimento da única filha, ainda no Chile, durante o regime de Pinochet. Mira e os seus filhos dão início a uma torturante busca pela filha desaparecida aos 13 anos numa prisão chilena, depois de violada e torturada pelos militares de Pinochet, e obtêm também a ajuda das duas filhas de Inge. A verdade sobre o que realmente aconteceu à filha de Mira durante os anos negros da ditadura chilena começa a ganhar formas, quando Inge descobre, abruptamente, alguns segredos da sua família que tudo põem em causa, e apercebe-se que talvez não seja a verdade que elas precisem de descobrir, porque pode ser que essa mesma verdade destrua a amizade única que as uniu. A força da escrita de Fredriksson encontra-se na combinação perfeita entre a simplicidade da escrita e a caracterização extraordinariamente rica e detalhada das personagens. O resultado é um livro cativante sobre o poder da amizade e de como o decorrer do tempo pode curar a dor do passado.
Um romance tocante e de muita elegância sobre o tempo, a memória, o amor, a distância e as feridas por eles feitas e ocultadas durante uma vida inteira. «Duas Mulheres, Um Destino» é considerado o trabalho de ficção mais afectivo e sensível de Fredriksson até à data.
Um pouco de História
Augusto José Ramón Pinochet Ugarte (Valparaíso, 25 de novembro de 1915 — Santiago, 10 de dezembro de 2006) foi um general do exército chileno, tornado-se presidente do Chile, através de um Golpe Militar em 11 de Setembro de 1973, pelo Decreto Lei Nº 806 editado pela junta militar (Conselho do Chile), que foi estabelecida para governar o Chile após a deposição e assassinato de Salvador Allende, e posteriormente tornado senador vitalício de seu país, cargo que foi criado exclusivamente para ele, por ter sido um ex-governante.
Governou o Chile entre 1973 e 1990, com poderes de ditador, depois de liderar o golpe militar que derrubou o governo do presidente socialista eleito pelo voto direto, Salvador Allende. O governo de Pinochet é considerado o período mais autoritário e violento da história chilena.
Quatro meses depois do golpe seu balanço já era atroz: quase 20 000 pessoas assassinadas, 30 000 prisioneiros políticos submetidos a torturas selvagens, 25 000 estudantes expulsos de escolas e
200 000 operários demitidos.(retirado da Wikipédia)
adoro ler, mas infelizmente tenho menos tempo livre do que gostaria (o computador é um dos que me rouba o tempo dos livros...)
ResponderEliminarAinda bem que gostaste Cris! Eu gostei imenso, a história da ditadura chilena foi sempre um assunto que me interessou depois de há imensos anos ter visto o filme Missing, sobre essa temática. O livro além de abordar esse tema é escrito duma forma tão simples e sensível que me cativou. E o tema da amizade é aqui muito bem explorado. A capa de facto não é das melhores...
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