A vinda da autora para a apresentação do segundo volume desta trilogia foi o ponto de arranque para começar a ler estes dois livros, um a seguir ao outro. Como tal, na minha cabeça não faz sentido separá-los. Sinceramente, nem saberia como, visto já terem passado bastantes dias desde que os terminei e é num bolo que os vejo. Pena tenho de precisar de aguardar pelo último!
Já tinha lido o Canção Doce (ler aqui a review) e O Perfume das Flores à Noite (ler aqui) e, por isso, a escrita de Leila Slimani não me era estranha. A fluidez com que a lemos é uma constante nestes seus livros muito embora as temáticas sejam muito diversas.
Mathilde, de uma pequena aldeia francesa, apaixona-se por um oficial marroquino que combate no exército francês na Segunda Guerra. Finda a mesma partem para Marrocos e Amine tudo faz para recuperar a quinta de seu pai. Tarefa dura porque o solo é pedregoso. Enquanto Amine trabalha incansavelmente, Mathilde sofre as primeiras desilusões porque a aculturação é difícil. Os costumes conservadores sufocam-na e ela é recebida como uma estrangeira, mas para "casa" as notícias são inversas à realidade vivida: está bem, feliz com o tratamento que recebe.
A maternidade prende-a e traz-lhe sentimentos contraditórios. Os conflitos familiares surgem a par do ambiente violento que Marrocos vive aquando da luta pela sua independência.
Seguir, Mathilde, Amine, seus filhos Aïcha e Selim e também, a História e cultura de Marrocos, durante vários anos, resultou num aprendizado muito interessante já que pouco sabia desse país e envolvi-me muito facilmente com os problemas desta família.
Como disse, leitura que se faz sem esforço, de estonteante rapidez! Para quando o último livro?
Tradução da querida Tânia Ganho. Irrepreensível "comme d'habitude"!
Terminado em 12 e 16 de Outubro respectivamente.
Estrelas: 5*
Sinopse (O País dos Outros)
Da aclamada autora franco marroquina Leïla Slimani, uma atmosférica e inquietante saga familiar que põe em relevo uma mulher enredada entre duas culturas, dividida entre a dedicação à família e o amor à liberdade com que cresceu.
Em 1944, Mathilde, uma jovem alsaciana, apaixona-se por Amine, um oficial marroquino que combate no exército francês durante a Segunda Guerra Mundial. Terminada a guerra, o casal muda-se para Marrocos e instala-se perto de Meknés. Amine dedica-se a recuperar a quinta herdada do pai, tentando arrancar frutos de uma terra pedregosa e estéril.
Enquanto isso, Mathilde começa a sentir o jugo dos costumes conservadores do novo país, tão sufocante quanto o seu clima. Nem a maternidade apaga a solidão que sente no campo, longe de tudo, num lugar que não é o seu e a verá sempre como estrangeira.
Sinopse (Vejam Como Dançamos)
1968, Marrocos: Mathilde, alsaciana, e Amine, oficial do Exército marroquino, são um casal com uma longa história atrás de si e um incerto futuro pela frente, à imagem do país onde vivem. Esta é a história de uma família hesitante entre a tradição e a modernidade, protagonizada por uma mulher enredada entre duas culturas, sufocada pelo conservadorismo do país onde escolheu viver e dividida entre a dedicação à família e o amor à liberdade. É também a história de um país que acabou de conquistar a independência e que procura o seu lugar, entre o espartilho religioso e o fascínio pelo Ocidente, entre a repressão e o hedonismo.
Leïla Slimani, uma das vozes mais importantes da literatura francesa, regressa à história da própria família para construir um romance cheio de personagens inesquecíveis e imagens fortes. Retratando um tempo e um lugar em que ressoam os ecos do Maio de 68 e as mulheres encetam o pedregoso caminho da emancipação, a escritora reafirma a sua impressionante destreza narrativa e o olhar clínico sobre a intimidade.
Cris
Levo sugestão 👏
ResponderEliminarAinda não li nenhum livro da autora, mas gostava muito.
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