Falarem-me de Leïla Slimani é tocarem-me na ferida. Li Canção Doce há muito e, embora de repente não me lembre da totalidade da história, ficou-me sempre um amargo na boca quando me recordo dele. Por ser duro, por ser muito bom. Pela história e pela escrita. Para mim esta autora será sempre daquelas que quero ler tudo. Pode escrever em cima de papel higiénico que tudo farei para lhe chegar, como costumo dizer. E lê-la!
Este livro é de um registo diferente do que referi anteriormente. A escrita é a mesma. Forte, poderosamente bela. No entanto, este pequeno livro transporta-nos para o mundo interior de Leïla. Ao aceitar passar a noite num museu, os seus pensamentos divagam tanto para o poder da escrita e suas próprias influências, como para as suas memórias na sua cidade natal, Rabat em Marrocos, e o choque cultural vivido quando veio para França. Sentir que não pertence verdadeiramente a nenhum lado e, ao mesmo tempo, ser uma cidadã do mundo.
Deambulações noturnas num museu em Veneza conjuntamente com aquelas próprias e interiores de quem prefere a solidão às massas. Gostei muito desta caminhada noturna e interior pelos meandros da própria Slimani mas "Canção Doce" continua a ser a minha obra preferida, pela surpresa/dureza que constituiu ao lê-la.
Terminado em 30 de Junho de 2022
Estrelas: 4*+
Sinopse
Como escritora que acredita que a verdadeira audácia vem do interior, Leïla Slimani não gosta de sair e prefere a solidão à distração. No entanto, aceita um inusitado convite para passar uma noite num museu em Veneza – um edifício mítico na Punta della Dogana. A noite insone acaba por ser o pretexto para a escritora deambular por outras paragens e outros tempos. Percorrendo, de pés descalços, as salas e os corredores do museu, estimulada pelo perfume das damas-da-noite que a transportam para a infância em Rabat, Leïla Slimani fala-nos do belo e do efémero, da virtude do silêncio, da magia da criação artística, da solidão e do sacrifício da escrita.
Acompanhada pelas palavras e histórias de outros criadores, como Virginia Woolf, Rilke, Montaigne, Murakami e Emily Dickinson, Leïla conduz o leitor por uma viagem intensa, uma reflexão iluminada e um desfile de memórias comoventes.
Cris
Bom dia, já ouvi falar desta escritora, mas ainda não li nada. Vou aproveitar as férias e ler um. As memórias abrem a porta da vida...
ResponderEliminarObrigada pela dica.
Beijos e abraços
Marta Vinhais
Cris, não conhecia este seu blogue.
ResponderEliminarAchei-o muito interessante.
Continuação de boa semana,
Um beijo.
Não conheço a escrita da autora mas, pelos vistos, ando a perder grandes histórias :)
ResponderEliminarOlá!
ResponderEliminarVim conhecer esse lindo espaço através da indicação de Cidália
Amei conhecer
Abraços Loiva
Obrigado pela partilha
ResponderEliminarFrancisco
Gracias por esta buena recomendación. La leeremos con mucho gusto.
ResponderEliminarFeliz fin de semana.