Este livro veio à luz do dia em 1973, ganhou alguns prémios mas, incompreensivelmente, nunca mais foi reeditado. A escritora Natália Ginzburg, de quem tenho ouvido falar muito bem e quero muito ler, "encontrou-o" de novo e, anos depois, eis a sua reedicção. Tinha boas referências e as minhas expectativas eram elevadas.
Entra-se muito facilmente na história mas a personagem principal, o ambiente em que se move, o espírito "depré" que lhe toma quase os momentos do seu dia, conseguiu criar em mim uma crescente irritação durante toda a leitura que, em vez de me afastar das suas páginas, teve precisamente o efeito contrário! Creio que devo dar a mão à palmatória ao confessar isso.
Estive sempre à espera que houvesse um abanão que o fizesse reagir a esse amor louco, uma mudança de atitude. Mas, independentemente da história em si, preciso de reconhecer o quanto ela está bem escrita e o quanto ela representa uma época e um lugar. Roma, uma cidade que é de todos mas que não pertence a ninguém. Leo Gazzarra e Arianna. Um retrato marcante de um amor, de uma solidão e de uma cidade que se, por um lado, me deixou levemente irritada porque me apetecia abanar o Leo, também consegui reconhecer o quanto está bem feito.
Deixei-vos curiosos? (A ideia é mesmo essa...)
Terminado em 13 de Julho de 2022
Estrelas: 4*
Sinopse
Leo Gazzarra passa os dias e
as noites a deambular por Roma com Arianna ou em tumultuosas incursões
alcoólicas com o seu amigo Graziano. Tudo o que desesperadamente
procura fazer é baralhar de novo o jogo de cartas inúteis que a vida lhe
concedeu.
A verdadeira
distinção deste romance é a forma como ilumina, com uma clareza
desesperada, a relação entre um homem e uma cidade, ou seja, entre
solidão e multidão.
Intenso, breve, sagaz e devastador, este livro é um clássico da literatura italiana e evoca obras inesquecíveis como O Grande Gatsby, À Espera no Centeio e Fiesta – O Sol Nasce Sempre.
Cris
Parece interessante! :))
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Não saem os poemas com ousadia...
Beijos. Votos de uma excelente semana.