À vezes a leitura é uma boa surpresa, outras nem tanto. Quando peguei neste livro pensei que era um romance. Não é. Mas o tom intimista, o facto de ser contado na primeira pessoa e relatar uma situação passada com o autor nestes dias de pandemia, fez com que tivesse lido com gosto.
Vítor Serpa é jornalista, um homem da informação e comunicação. Quem gosta da bola, deve lembrar-se dele... da Bola. Escreve bem, direto e conciso. Um episódio de doença crónica em que foi protagonista e esteve internado no Hospital Santa Maria, serviu de mote para todas as considerações que faz ao narrar o mesmo. Sobre os "velhos" sim, essa faixa etária que abrange vários anos e que se vai distanciando cada vez mais conforme vamos caminhando na idade. Os velhos são sempre os outros... É um comboio que ninguém quer apanhar e, no qual, ninguém se sente bem. A consciência do estorvo é algo muito bem relatado aqui, um pouco também pelos exemplos que observou no hospital.
Mas o autor não tece considerações apenas sobre isso. A pandemia, o confinamento e o isolamento que isso nos trouxe.
Se gostam de ser surpreendidos e de ler sobre estes temas, eis o livro. Mas não pensem que é romance, não é. Embora a vida nos traga sempre algum.
Terminado em 20 de Maio de 2021
Estrelas: 4*
Sinopse
VELHO NUNCA SERÁ SER, MAS ESTAR
Deveria ter sido, apenas, uma simples consulta de rotina. Foi o começo de um inesperado internamento.
Uma dura experiência de vida, contada na primeira pessoa, onde também se revela o desconhecido mundo dos doentes em isolamento hospitalar e se alerta para o drama escondido do sofrimento dos velhos que nem têm quem os queira de volta.
Cris
Uma sugestão/leitura diferente. Obrigada
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