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segunda-feira, 2 de novembro de 2020

"A Bailarina de Auschwitz" de Edith Eger

Confesso que gosto mais do título e da capa da edição original. The Choice. Parece-me a escolha acertada para o que, suponho eu, a autora pretendeu com este livro, que traduz muito bem o que foi a sua vida. Edith Egar esteve em Auschwitz, sim, e sobreviveu mas A Bailarina de Auschwitz parece ser, no meu entender, muito redutor. 

Porque, se as primeiras 80 páginas contam a sua infância e os anos que passou em Auschwitz (Birknau, para ser mais exacta), o resto desta obra é sobre a sua vida depois de ser libertada. E, tudo o que eu possa contar ficará muito, mas muito, aquém do que vocês ficarão a saber se tiverem curiosidade e pegarem neste livro. 

Foi uma vida inteira a tentar ultrapassar as sequelas psicológicas que a guerra lhe deixou. Mas, ultrapassou-as quando percebeu que ajudando os outros a ultrapassar os traumas, ajudava-se a si mesma. Formou-se já depois de casada e encontrou na Psicologia espaço para se libertar do seu passado e ajudar quem precisava. 

É um livro muito duro que não se cinge ao tempo que foi prisioneira  nos campos de concentração. É uma lição de coragem, de superação e de resiliência. De referir que Edith teve oportunidade de conhecer Viktor Frankl, autor de O Homem em Busca de um Sentido (livro que já li e podem ver a minha opinião aqui). A sua amizade foi decisiva para entender o que se passava na sua mente e qual a razão dos seus ataques de pânico. Nesta altura ainda não se falava em stress pós traumático nem se tinham conhecimentos suficientes para entender que as experiências vividas seriam somatizadas em doenças físicas.

Como habitual não vos vou contar a história da vida de Edith Eger neste pequeno comentário. Digo-vos apenas que este é um livro impressionante, um dos melhores que já li sobre esta temática. A força e resiliência desta senhora é, de facto, uma coisa do outro mundo. Mais do que isso, a sua vida é exemplo de uma vontade de ferro que a levou a superar todos os dissabores que a vida lhe trouxe. Não foi só nos campos de extremínio que teve de lutar para viver. 

Um testemunho na primeira pessoa que devem ler e conhecer. 

Terminado em 29 de Outubro de 2020

Estrelas: 6*

Sinopse

Um livro poderoso e comovente que nos leva numa viagem universal de redenção e cura.

Edith Eger tinha 16 anos quando foi enviada para Auschwitz. Naquele campo de concentração suportou experiências inimagináveis, incluindo ser forçada a dançar para o infame Joseph Mengele. Durante os meses seguintes, a resiliência da jovem ajudou muitos a sobreviver. Quando o campo foi finalmente libertado pelas tropas americanas, Edith foi retirada de uma pilha de corpos moribundos.

Em A Bailarina de Auschwitz, Edith Eger partilha a sua experiência do Holocausto e as histórias extraordinárias das pessoas que ajudou desde essa altura. Atualmente, ela é uma psicóloga reconhecida internacionalmente e os seus pacientes incluem mulheres vítimas de abusos e soldados com síndrome de stresse pós-traumático. Edith Eger explica como a mente de muitos de nós se tornou numa prisão e mostra como a liberdade é possível quando nos confrontamos com o nosso sofrimento.

A Bailarina de Auschwitz é um livro transformador, um exame profundo do espírito humano e da nossa capacidade de cura.

Cris

5 comentários:

  1. Não tenho lido livros recentes, por isso não tenho lido nada sobre a temática.

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  2. Já li "O Carteiro de Auschwitz" e estou a ler "Canção de Embalar de Auschwitz". Gostava de ler o livro em referência, nomeadamente porque retrata a vida pós-Auschwitz.

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  3. Quero muito ler esse livro. Estou a ler o tatuador de Auschwitz.

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    Respostas
    1. Gostei mto do Tatuador. História verídica que impressiona!

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