©Vitorino Coragem |
Antes de ser
escritor, sou leitor. Foi assim que acordei para as letras, e é
assim que continuo a ver-me.
Comecei a ler antes
de chegar à escola, graças a um programa infantil do qual era
espectador assíduo. Assim que descobri esse mecanismo mágico de
entender o que vai nas ideias dos outros, desatei num consumo ávido
de livros. Primeiro, com BD, depois com as aventuras juvenis da dupla
Alçada/Magalhães e de Blyton e, mais tarde, com os colossais
volumes do Senhor dos Anéis. Daí para a frente, percebi que havia
uma mundo por ler.
Curiosamente, é
nessa altura que me desprendo para a possibilidade de ser eu o autor
de textos que outros pudessem ler. Primeiro, escrevi-os para a
gaveta. Em seguida, lancei-me a uma licenciatura em Jornalismo, na
Universidade Católica Portuguesa, e acabei por enveredar pela
imprensa escrita, na extinta revista Focus. Após algumas
passagens pela assessoria de imprensa e pela investigação
académica, acabei por trilhar o caminho da não-ficção, tendo
lançado quatro livros.
A vontade de fazer
ficção, essa, é de sempre. E deu o primeiro passo recentemente,
com uma ficção autobiográfica chamada Preciosa.
Talvez me interesse
a ficção da mesma forma que me interessava o jornalismo: fazendo
perguntas, percebe-se o que é ser humano. E gosto da escrita por me
fazer chegar a conclusões às quais, de nenhuma outra forma,
chegaria. Por isso, enquanto me for possível, escreverei.
Nelson Nunes
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