Neste
ano que está quase a findar, li alguns livros destinados a um público
mais jovem. Este é um deles. O tema interessa-me claro, mas não tive
dúvidas em pegar neste livro porque o seu autor é-me bastante querido
por ter escrito um livro que todos vocês deviam ler, independentemente
da idade que possam ter: O Rapaz do Pijama às Riscas (a minha opinião
aqui!).
Um
pouco na sequência desse livro, o autor aborda de novo o tema do
Holocausto entendio e visto na perspectiva de uma criança, com toda a
inocência que ela possui. Desta vez, é pela voz de um menino filho de
mãe francesa e pai alemão, Pierrot, o narrador desta história, que nos
vamos apercebendo vagamente dos horrores da guerra. Pierrot, mais tarde
chamado Pieter, cresce na inocência mas também com perdas importantes (o
pai e a mãe). E esta inocência que o acompanha no seu crescimento passa
depois a um estado de "cegueira", que o impele a admirar Hitler e o
impede de ver como se transforma num rapaz prepotente e mau, onde a
ambição do poder o mina e destroi.
Envolvi-me
rapidamente nesta história que creio ser uma leitura ideal para os
nossos jovens a partir dos oito, nove anos. Pois se até um adulto a lê
com prazer... Mistura-se aqui, sabiamente, alguns factos reais com
ficção e tenho, por isso, de parabenizar o autor por mais este livro.
Uma boa oferta para quem muitas vezes não sabe o que oferecer aos
leitores mais novos. Os horrores passados nessa época não são descritos
com pormenores que possam ferir alguma susceptibilidade ao jovem leitor
mas dependem um pouco da sua intuição e das perguntas que possa fazer a
quem o acompanhar nesta leitura, facto que gostei bastante.
Recomendo
para um público mais jovem (ou para um adulto que, como eu, goste de se
aventurar por mais de um género diferente de leituras)!
Terminado em 5 de Novembro de 2016
Estrelas: 5* (juvenil)
Sinopse
Pierrot é filho de mãe francesa e pai alemão. Quando fica órfão, com apenas sete anos de idade, tem de abandonar Paris para ir viver com uma tia, a única familiar que lhe resta, numa casa nos Alpes Bávaros.
Mas não estamos numa época qualquer: decorre o ano de 1936 e a Segunda Guerra Mundial está na iminência de eclodir; nem tão-pouco estamos numa casa qualquer: a casa no cimo da montanha, onde a tia trabalha e para onde Pierrot se muda, é nada mais nada menos que a Berghof, a casa-refúgio de Adolf Hitler.
Facilmente Pierrot se torna menos francês e mais alemão, deixando-se seduzir pelo poder da farda e pela força da mensagem nazi. mas… a que custo? E se aconteceu a Pierrot, não poderia também acontecer a cada um de nós?
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