Lucy Barton é uma protagonista que marca. O que revela é intenso e emocionalmente verdadeiro. Relatos pungentes e lúgubres de incursões ocasionais no passado. Um passado de solidão, miséria e exclusão. Temas fortes, intemporais e transcendentes a muitas sociedades, inclusive nas ditas civilizadas.
Lucy é uma escritora que recorda nove semanas que passou hospitalizada após uma intervenção cirúrgica simples em que ao acordar deparou com a mãe com quem quase não tinha comunicação. Um amor imperfeito que não se expressa por palavras. Um amor imperfeito aprendido e que se replicou nos casamentos áridos e na relação com pais e irmãos.
Um estilo franco em que despeja coisas sobre as quais as pessoas nem sequer querem pensar mas que fazem parte da condição humana. Despojado e sentido parece ter muito de autobiográfico. Um percurso de redenção.
Muito bom mas não tão fácil de ler como se poderia julgar com apenas 176 páginas.
Vera Sopa
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