Edição/reimpressão: 2011
Editor: Bertrand Editora
ISBN: 9789722523578
Ao saber que a Roda dos Livros, um grupo de leitura a que faço orgulhosamente parte, se ia encontrar com Romana Petri fui buscar este livro à estante. Tinha-o comprado porque ouvira falar bem dele mas ficara na prateleira, como tantos outros, à espera de ser lido.
É o primeiro livro que leio desta autora mas espero que não seja o último. Romana Petri tem já nove livros publicados cá e fiquei muito curiosa com alguns deles, sobretudo "A Senhora dos Açores" e "Regresso à Ilha". Saber que os personagens foram baseados em pessoas reais que a escritora conheceu, que os nomes e os lugares pertencem realmente "ao mundo dos vivos" despertou o meu interesse.
Gostei deste livro. Apaixonei-me lentamente pelos personagens e pela história (pelas histórias, melhor dizendo), história que percorre um período longo de Portugal, começando nos anos 40 até quase aos nossos dias.
Vários apontamentos históricos estão intrinsecamente ligados às personagens, conferindo-lhes um realismo que incomoda muitas vezes, que traduz na perfeição as mentalidades vividas num meio fechado e controlado por um ditador. Os ecos da revolução fazem-se sentir, as mudanças espelham-se também nas personagens e nas suas vidas. Algumas são divertidas de tão caricatas que são. Quem não conheceu alguém como Belmiro Miraflor?
Uma saga familiar que prende e que, depois das últimas páginas, deixa saudades. As personagens mais fortes, nem sempre as melhores, são as mulheres. São retratadas tal qual a vida as fez: fortes, lutadoras mas também, mesquinhas e vingativas. Mas são, sobretudo, mães. O amor que sentem é transmitido aos filhos. São um porto seguro. Esteja elas onde estiverem!
Um título que adquire todo o sentido aquando da leitura. Uma capa perfeita. Como deve ser!
Uma leitura sólida, consistente, que recomendo. Para saborear muito depois de ter terminado.
Terminado em 28 de Julho de 2013
Estrelas: 5*+
Sinopse
Ofélia, Margarida e Maria do Céu são as três mulheres de uma emocionante saga familiar que tem início nos anos quarenta e termina nós nossos dias. Situada numa Lisboa de beleza mágica, mas oprimida por uma ditadura que parece interminável, os seus trágicos destinos entrecruzam-se para sempre. Manuel, Carlos e Tiago são os homens que, passadas as suas falsas esperanças, as empurram para o sofrimento e o sacrifício. Onde quer que eu esteja é, acima de tudo, a história de uma maternidade sem limites, a frase que uma mãe profere antes de morrer aos filhos que não quer abandonar. Fresco de um Portugal fechado, dolente e trágico, do longo caminho percorrido pelo povo que, depois de forçado ao silêncio, encontrará a coragem de ser moderno escolhendo a liberdade.
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