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quinta-feira, 9 de agosto de 2018

"Ala Feminina" de Vanessa Ribeiro Rodrigues

Este é um livro de não ficção. Escrito por uma mulher que sabe pegar na "pena" e escrever com uma rara sensibilidade e beleza. A sua escrita é, pois, de uma beleza profunda muito embora o assunto de que fale seja de difícil entendimento. Isto porque, por mais que digam, "elas estão lá dentro e nós estamos cá fora". E isso faz toda a diferença. Por mais que digamos que somos iguais, esse muro invísivel é forte e está presente quando pensamos que por detrás dos muros, pessoas de verdade estão confinadas num espaço muita vezes superlotado.

E são mulheres (como nós) que nos contam como foram parar por detrás das grades, como é estar limitada na sua liberdade, quem deixaram cá fora, o que lhes pesa na alma e como sonham com o mundo que vão encontrar quando saírem. Mas também nos falam do que aprenderam com tudo o que lhes aconteceu e como sentem a falta da palavra liberdade. Dos filhos e da saudade que doi, do trabalho na prisão para passar o tempo e de como e porque foram ali parar.

São muitas as histórias que nos são contadas. Outras, demasiadas, ficam por contar. Agostinha, Mónica, Nádia, Soraia, Margarida... A ala feminina em muitas prisões de Portugal e do Brasil. Um retrato das desigualdades sociais, da reclusão mas também de como o dinheiro fácil ainda (ingenuamente?) é o motor de muita gente que procura a "felicidade".

Terminado em 7 de Julho de 2018

Estrelas: 5*

Sinopse
Pode a reclusão revelar mistérios da condição da mulher?
O que têm em comum uma colombiana, uma romena, uma angolana, uma venezuelana, uma uruguaia, três brasileiras e nove portuguesas? Para elas, a liberdade é um desejo que carregam na mente, livre para sonhar, com o corpo preso num cárcere, labirinto entre o Rio de Janeiro, o Porto e Lisboa.
São mães, vaidosas, filhas, amantes, sonhadoras, escrevem cartas, leem livros, amam. São barqueiras invisíveis entre dois mundos: o mundo cá de fora e um céu gradeado. Este é mais do que um livro-reportagem, é a intuição subjetiva a partir de conversas com mulheres privadas de liberdade: os medos, os desafios, as conquistas, os desabafos, a ânsia de ser livre.

Cris

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