Com um quê de autobiográfico esta obra possui nas suas páginas uma pitada de humor mesclado com poder descritivo sobre o ambiente vivido, tantas vezes pesado, e as personagens, que captam de imediato a atenção do leitor. É um retrato de três gerações, estando no centro da narrativa a bisavó Webster. Três mulheres retratadas, com as suas particularidades muito vincadas, irreverentes, muito à frente do seu tempo. Ficaram aqui, nestas páginas, um pouco da História de Inglaterra, um retrato de época de uma classe social aristocrata.
Uma bisavó fria e excêntrica, uma filha ausente e enlouquecida, uma neta completamente irreverente, alegremente com pretensões a suicida (não encontro outros adjectivos que reproduzam tão bem a tia Lavínia!). A narradora é a bisneta da Sra. Webster, adolescente, que passa algum tempo da sua vida com a bisavó.
“De súbito, a bisavó Webster pareceu-me impressionante. Sobrevivera a tanta gente. Conseguira ser ao mesmo tempo o começo de uma linha e o final de uma linha. Na minha família parecia ser o alfa e o ómega.” Pág 136
Uma escrita fantástica mas simples ao mesmo tempo, certeira e perspicaz, como gosto. Escrita que neste livro faz total diferença. A história, contada de outra forma, perderia o seu encanto. Romance curto, pincelado com um humor algo macabro mas muito intenso.
Um tesouro para ser lido e apreciado.
Terminado em 28 de Fevereiro de 2025
Estrelas: 5*
Sinopse
A Senhora Webster é um monstro fabuloso, a mais fria das matriarcas, que
preside com mão de ferro sobre uma paisagem de vidas arruinadas. Mas
esta é apenas um dos parentes frios e excêntricos que a narradora
adolescente tem de suportar. Outros entes queridos incluem uma avó
desvairada e uma tia promíscua e alegremente suicida.
Este romance macabro, mordazmente engraçado e parcialmente
autobiográfico revela a loucura gótica que grassa nos bastidores das
grandes casas da aristocracia, tal como é testemunhada pelos olhos
impiedosos de uma adolescente órfã.
Cris
Parece ser, sem dúvida, um livro merecedor de leitura.
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