Creio que muitas vezes encerramos as pessoas em compartimentos estanques que reduzem completamente o ser humano. Digo isto porque habituada a ouvir a Luísa a cantar, quando peguei este livro fiquei muito agradavelmente surpreendida. E não tinha razão para isso porque sei que as suas letras são poemas belíssimos e sei, também, que a Luísa é uma leitora atenta. No seu Instagram vai revelando as suas leituras. Mas isso não bastaria para escrever um livro, pensam vocês e bem.
Mas a Luísa fê-lo e ainda bem. A história envolve completamente. O passado e o presente mesclados, uma mãe e uma filha que vivem juntas mas separadas profundamente por um elo, uma ligação que nunca acontece, decisões que se tomam porque se acredita no outro, descobertas que se fazem tardiamente e que trazem consequências irreparáveis. Berlim, a construção de um muro e a separação de famílias. A descoberta devastadora que se pode ter quando se dá conta que o ser humano tem outras faces que não são bonitas de ver, horríveis.
Leiam a sinopse.
A capa é lindíssima, o título não lhe fica atrás.
Terminado em 3 de Março de 2025
Estrelas: 6*
Sinopse
Este é um romance sobre duas mulheres unidas pela desilusão e pelos cinquenta anos mais tristes da história da Alemanha.
Com uma estrutura muitíssimo original e uma galeria de personagens
inesquecível, Nem Todas as Árvores Morrem de Pé marca a estreia
fulgurante de Luísa Sobral na ficção.
Emmi, que nasceu pouco antes de Hitler ascender ao poder na Alemanha, perde o pai na guerra e tem uma adolescência difícil, trabalhando desde muito cedo para ajudar em casa.
É num bar aonde vai com os amigos depois do trabalho que conhece Markus, um homem de Berlim Leste que lhe escreve cartas maravilhosas e por quem se apaixona perdidamente.
Apesar de a mãe torcer o nariz ao seu casamento num momento em que a Guerra Fria está ao rubro, a irmã apoia-a, e Emmi acaba por ir viver com Mischa, como lhe chama, para a RDA.
Inicialmente, tudo corre bem, mas, depois de o Muro de Berlim ser erguido, a separação da família e a chegada de uma carta anónima deixam-na na mais profunda depressão.
M. nasce após a divisão das duas Alemanhas e é o fruto perfeito do socialismo: com uma mãe ausente e educada por uma ama que adora plantas, M.
idolatra o pai, desconhecendo por completo o mundo ocidental e crescendo ao sabor de uma realidade distorcida.
Até que um dia, ao ouvir o testemunho chocante de uma rapariga, descobre que, afinal, não é só o Muro que tem um outro lado.
Cris
Tenho lido boas opiniões sobre o livro e acho que esta história me proporcionaria bons momentos de leitura.
ResponderEliminarEstá na minha lista de desejos 🥰
ResponderEliminarOlá, adorei este livro. Que surpresa agradável, tão bem escrito que o li em 2 dias :). Bjs
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