Já não sei como é que este livro veio cá parar a casa, mas o selo vermelho que possui na capa referindo que Rutka foi morta em Auschwitz com 14 anos e que este livro se trata do seu diário, revelado muitos anos depois, fez-me pegar nele.
São poucas páginas de um diário, escritas por uma menina de Janeiro a Abril de 1943 que, como tantas outras, confiava nessas folhas os seus medos e angústias mas também as suas esperanças e desejos.
O início do livro é escrito pela sua meia irmã, Zahava, onde nos conta como é que só com 14 anos teve conhecimento da família do pai, falecida no campo de concentração. Tendo encontrado um álbum escondido com umas fotos de uma menina e um rapazinho mais novo, questionou o pai. Tinha precisamente 14 anos quando este lhe contou o que se passara com a sua primeira família. Vinte e oito anos mais tarde tomou conhecimento da existência de um diário que esteve escondido sessenta e dois anos!
As primeiras páginas relatam-nos, um pouco, como é que este diário apareceu ao fim de mais de sessenta anos e como foi escondido por uma amiga, de como o pai foi o único sobrevivente de uma família de quatro pessoas. Algumas páginas não são já legíveis mas o relato não deixa de ser impressionante se imaginarmos o que depois se terá passado.
Rutka combinou com a amiga que, se algo acontecesse, ela deixaria o diário de baixo das tábuas soltas do soalho da casa onde vivia com a família no gueto. Foi assim que estas páginas foram salvas. Algumas fotos, aquelas enviadas para familiares no estrangeiro, ficaram para confirmar que Rutka era real, uma menina cheia de sonhos que não os pode concretizar. Como tantos!
Recomendo!
Terminado em 30 de Junho de 2023
Estrelas: não classificável
Sinopse
«Em 1943, Rutka, uma judia de 14 anos, foi levada para Auschwitz, onde morreu. Deixou um diário escondido sob as tábuas da escada, em casa, escrito em 1943. Uma amiga guardou-o, até recentemente o divulgar. Acaba de ser publicado em Portugal pela Sextante. Zahava (Laskier) a irmã de Rutka e contou ao P2 a história do diário e a sua descoberta de Rutka. Nascida em 1949, em Israel, Zahava tinha 14 anos quando soube dessa irmã perdida no Holocausto. »
Por Alexandra Lucas Coelho
« O diário foi publicado em Israel há sete meses, e gente de todo o mundo contacta-me. As crianças agora vão à Polónia e fazem peças na escola sobre o diário de Rutka.»
Zahava
Cris
Acredito que seja um livro que prenda o/a leitor/a a cada página
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Cumprimentos poéticos
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Será, certamente, um relato comovente.
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