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quinta-feira, 13 de julho de 2023

"A Cura da Cicuta" de Joanne Burn

Este livro envolveu-me de imediato. Gosto tanto quando isso acontece! A minha atenção é algo irrequieta e muitas vezes chego ao fim de uma página e tenho de voltar ao início porque andei a divagar, muito para lá das páginas e da história do livro que tenho em mãos... Isto acontece-me, sobretudo, nas primeiras páginas.

Por isso, quando um livro me agarra logo, fico muito satisfeita. É isso que procuro nas páginas que leio: outros mundos, outras vidas, aprender com elas. Uma das coisas a que recorri com frequência durante a leitura e que ajuda muito o leitor a situar-se, é uma página inicial com as personagens e suas ligações familiares. Fui acrescentando a lápis alguns pormenores que me pareceram relevantes e que me ajudaram a entrar mais rapidamente neste mundo "mágico" destas três amigas com uma forte ligação com a natureza.

Inglaterra, Eyam, uma pequena aldeia, 1665. A Peste Negra ganha cada vez mais espaço e os rumores de que em Londres a situação está caótica chegam a esta aldeia que ainda mantém a esperança de ser poupada. 

Isabel, Elizabeth e Mae. Laços de amizade unem estas mulheres e partilham segredos. Isabel é parteira e não pode ser mais do que isso, dado que se competir com o boticário local, pai de Mae, na feitura de mezinhas pode bem ser considerada bruxa e tratada como tal. Elizabeth é uma mulher de posses e é na sua propriedade que se reunem as condições para a realização dos remédios que fazem. Mae tem apenas 14 anos, vive sozinha com o pai e, também ela esconde alguns segredos. A morte da mãe, amiga de Isabel e Elizabeth,  e da sua irmã possui contornos estranhos de que desconfia mas em que não quer acreditar. Em segredo, reunem-se para fazer mezinhas e remédios e aprender umas com as outras. Mae, às escondidas do pai, aprende com os seus livros as propriedades das plantas e como transformá-las.

Um mundo que referi como "mágico" mas que de magia só tem a verdadeira amizade que acontece quando três mulheres lutam pelos seus sonhos, já que o papel das mulheres, nessa época, estava muito restrito a certas profissões! Gostei verdadeiramente deste mundo, que nos é contado por um narrador especial de quem não revelo a identidade porque descobri-la foi uma das surpresas boas que tive nesta leitura.

De quando em quando, umas páginas do diário de Wulfric, o boticário e pai de Mae, escrito vinte anos antes, surgem para adensar o mistério. Bem escrito e muito cativante, este livro foi uma maravilhosa descoberta que mistura factos reais com ficção.

Recomendo muito!

Terminado em 21 Junho 2023

Estrelas: 6*

Sinopse

Há venenos que não podem ser contidos para sempre… e segredos que não podem permanecer guardados.

O ano é o de 1665, e as mulheres da vila de Eyam guardam muitos segredos… Isabel, a parteira, trilha um caminho perigoso, com as suas ervas e preparados. Há na aldeia homens que falam em bruxaria, e Isabel tem um passado a esconder. É também por isso que não partilha com ninguém os seus receios a propósito de Wulfric, o devoto e enclausurado boticário da povoação.

Mae, a filha mais nova de Wulfric, teme a fúria do pai, se este descobrir o que também ela esconde dele. Os sentimentos que nutre por Rafe, por exemplo, jovem que está à guarda de Isabel, ou o facto de que estuda, à luz da vela, pelos livros proibidos do pai. Mas outros mais guardam segredos, e mais sombrios do que qualquer uma delas possa imaginar.

Quando Mae faz uma descoberta aterradora, Isabel é a única pessoa que a vai poder ajudar, mas ajudar Mae significará colocar ambas em grave perigo. E está a caminho, vinda de Londres, outra ameaça, um manto que ameaça cobri-los a todos…

Cris

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