Este não foi o primeiro livro que li da autora mas até agora foi o que mais gostei. O tema que aborda é-me familiar e senti alguma empatia e proximidade com alguns aspectos focados. A capa possui os tons quentes de África, os tons que a terra pode adoptar e fiquei logo encantada tanto com ela, como com o título e a frase que o completa. Não era preciso mais nada para o ler!
A história prende. Auto ficção?, perguntei-me. Não é importante saber mas fiquei a pensar que sim. Esta obra conta-nos a história de duas mulheres, mãe e filha, que têm ou tiveram Africa no seu coração ou, pelo menos, nas suas raízes. Porque se muitos factos são ficção, alguns constituem o passa-a-palavra, tão habitual em quem sofreu grandes perdas.
A filha Filomena, de 42 anos, luta com o sentimento de perda do seu companheiro num acidente. Após cinco anos ela própria acha que já devia ter assimilado essa perda e, contudo, os sonhos perseguem-na não lhe dando noites tranquilas. Estamos em 2015. Entre trabalho e cuidar do filho pequeno, os dias passam monótonos. Os pais são a sua bengala.
Ao mesmo tempo, o passado dos pais, Brígida e Alberto, desde 1961, é intercalado na narrativa. Filomena descreve o que sabe e o que não sabe, supõe. Filomena escreve.
Gostei muito desta história. Sem pontas soltas, com personagens credíveis e com aspectos muito jnteressantes da guerra em África que, se não verídicos, pelo menos plausíveis.
Aconselho!
Terminado em 7 de Março de 2022
Estrelas; 5*
Sinopse
ATÉ ONDE TERÁ DE IR UMA MULHER PARA SABER DE QUE É FEITA?
Gente Feita de Terra conta a história de duas mulheres, mãe e filha, dos anos 60 até ao início do século XXI.
A mãe parte jovem de um Alentejo sem futuro, perseguindo um amor na Angola colonial portuguesa, que de princípio a recebe como lhe pertencesse, para depois a expulsar, como a todos, em desespero, mostrando-lhe que a pertença não passara de ilusão.
A filha é uma jovem viúva que habita a Lisboa suburbana do nosso século, rápida e desenraizada, e que na história da mãe tenta perceber a que lugar pertence.
Gente Feita de Terra transforma, num estilo clássico e bem elaborado, as histórias recentes de Portugal e Angola, com as suas violentas atribulações, em sentimentos, sensações, sentidos de uma grande riqueza.
Serão os lugares o que as pessoas deles fazem, ou serão as pessoas o resultado dos lugares?
Cris
Olá :)
ResponderEliminarTerminei há pouco tempo "Limões na Madrugada". Até à data, o meu preferido é o "Alma Rebelde", mas são sempre muito boas leituras. Seguir-se-á este "Gente Feita de Terra". :) E assim, as expectativas como sempre vão altas!
Um beijinho,
Rosana
Vou ter de ler os outros dela que cá tenho... Beijinhos
ResponderEliminarUma autora de quem tenho lido muito boas opiniões. Tenho "O Ano da Dançarina" na calha para uma leitura muito em breve.
ResponderEliminarJá me falaram tão bem desse! O meu também aguarda que lhe pegue...
EliminarDa autora li Alma Rebelde e gostei muito. No inicio não me estava a cativar, mas como não sou de desistir de um livro, embrenhei-me na história e gostei muito.
ResponderEliminarEsse terá sido o primeiro ou um dos primeiros, creio. Beijinhos
Eliminar