Esta leitura revelou-se uma surpresa muito boa. Comecei a ouvir feedbacks muito positivos sobre este livro. Quando é assim, fico um pouco de pé atrás com receio de não corresponder às expectativas criadas e por essa razão, a maior parte das vezes, nunca acabo de ouvir/ler essas opiniões para não me deixar influenciar.
Como estava a dizer, comecei esta leitura a medo. Depressa fiquei rendida à escrita da autora, que é fluída mas também pormenorizada, e à história em si. Passado e presente vão sendo contados intercaladamente, sendo que o passado vai-se aproximando devagar do tempo presente, até se unirem por completo no final.
No passado temos Kya e toda a sua família disfuncional, que vive num pantanal algures num estado americano. Aprende a viver sozinha desde cedo porque aos poucos todos a abandonam. Conhecida como "A Menina do Pantanal" vive quase sempre só. No presente, assistimos à descoberta de um corpo junto a uma das margens do pantanal e a suspeita de assassínio recai, segundo a polícia local, sobre Kya.
Ficamos enredados muito facilmente na história desta menina que aprende a fugir de todos e a esconder-se. A sua luta para sobreviver, a sua solidão, o seu amor pela natureza, a sua desconfiança nos homens que vivem na aldeia mais próxima e que a ostracisam por ser diferente sem, no entanto, a ajudar a integrar-se, tudo faz para que a empatia com esta personagem seja imediata e crescente. Estamos por ela, sem dúvida alguma!
Um livro magnífico que vale as minhas 6 estrelas! Tive um vislumbre de como acabaria mas foi mesmo no final e, de qualquer forma, creio que não poderia acabar de outra maneira. Adorei!
Terminado em 20 de Julho de 2019
Estrelas: 6*
Sinopse
Kya tem apenas seis anos de idade quando vê a mãe sair de casa, com uma maleta azul e sapatos de pele de crocodilo, e percorrer o caminho de areia para nunca mais voltar. E à medida que todas as outras pessoas importantes na sua vida a vão igualmente abandonando, Kya aprende a ser autossuficiente: sensível e inteligente, sobrevive completamente sozinha no pantanal a que chama a sua casa, faz amizade com as gaivotas e observa a natureza que a rodeia com a atenção que lhe permite aprender muitas lições de vida.
O isolamento em que vive durante tantos anos influencia o seu comportamento: solitária e fugidia, Kya é alvo dos mais cruéis comentários por parte dos moradores da pacata cidade de Barkley Cove.
E quando o popular e charmoso Chase Andrews aparece morto, todos os dedos apontam na direção de Kya, a miúda do pantanal. E o impensável acontece.
Neste romance de estreia, Delia Owens relembra-nos que somos formatados para sempre pelas crianças que um dia fomos, e que para sempre estaremos sujeitos aos maravilhosos, mas também violentos, segredos que a natureza encerra.
Cris
É uma belíssima estreia da autora e a Kya é uma personagem que fica connosco (agarradinha a nós) e que merece ser conhecida por todos!
ResponderEliminarTens toda a raźão, Ana! Beijinho
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