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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

"O Arquiteto de Paris" de Charles Belfoure

De leitura muito rápida, sobretudo pela história e enredos bem contados, este livro depressa caminhou pelos meus dedos e era com prazer que via as suas folhas correrem pelas minhas mãos.

O tema, o meu preferido, foi introduzido com suavidade. Quero com isto dizer que não somos confrontados directamente com os horrores passados pelos judeus na Segunda Guerra. O personagem principal, Lucien, não é de raça judia nem tão pouco seu defensor. Criado numa família que vivia tiranizada pelo pai, "aprendeu" que os judeus ou eram ladrões ou burlistas pelo que a sua simpatia não era direccionada para o sofrimento deste povo, sofrimento que se ouvia vagamente falar: os judeus iam para alguns campos de trabalho e, sim, quem se recusasse a ir ou os ajudasse a fugir era punido com a morte.

O local, Paris, em plena invasão alemã. 1942, portanto. Tempo de escassez, de senhas de racionamento, de recolher obrigatório e de, para alguém com a profissão de arquitecto, um tempo onde os projectos profissionais escasseavam.

Contactado por alguém que pretende encomendar um esconderijo para um judeu em fuga, dentro de uma casa, o pagamento de uma grande importãncia e a promessa de uma outra obra de alta visibilidade, Lucien fica dividido entre o dinheiro a receber e o risco de morte por ajudar um judeu, caso descoberta a patranha (leia-se, o esconderijo).

Estão lançados os dados para uma história com um suspense muito sui generis, que nos deixa preso à escrita fluente do autor e a pormenores deliciosos, onde a imaginação deste arquitecto vai de encontro com a profissão do autor, também arquitecto por sinal.

A intensidade da narrativa encaminha-se a passos largos para um final feliz mas, sinceramente, teria preferido algo diferente, talvez um final que nos deixasse a refletir sobre essa guerra. Isso seria possível se tivesse ficado mais em aberto, talvez. No entanto, com isso não quero dizer que não gostei desta leitura. Antes pelo contrário. Ficamos todo o livro à espera que o inesperado aconteça, sempre com uma ligeira angústia que só termina nas últimas páginas.
Para quem gostar do tema e de sentir um friozinho no estômago, aconselho.

Terminado em 5 de Novembro de 2015

Estrelas: 5*

Sinopse



1942, Paris está ocupada pelas tropas alemãs. Lucien Bernard é um talentoso arquiteto, sem trabalho devido à guerra. Acaba de receber uma proposta que lhe pode proporcionar uma avultada quantia em dinheiro ou talvez levá-lo à morte. Tudo o que tem a fazer é projetar um esconderijo secreto para um judeu abastado. Um espaço tão invisível que nem o mais astuto oficial alemão seja capaz de descobrir. Lucien necessita urgentemente de dinheiro, e tentar enganar os Nazis que ocupam a sua cidade é um desafio a que ele se sente incapaz de resistir. Mas apercebe-se do perigo que isso representa. Valerá a pena arriscar a vida em troca de dinheiro para salvar alguém que ele afinal nem conhece? Uma narrativa cheia de ironia, intriga e emoção.

2 comentários:

  1. Bom dia :) !
    Passei por acaso, mas senti-me em casa , eu própria tenho um grupo sobre livros no face...já marquei lugar para voltar!!!
    Uma ótima semana
    Maria

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  2. Tenho aqui o livro em casa para ler e esta opinião só me deixou ainda mais entusiasmada para o ler :) A ver se é já o próximo ^_^

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