Desta autora li A Ilha, livro que me deixou apaixonada pela sua escrita, e A Arca. Ambos com contextos históricos muito específicos, com uma pesquisa muito completa, o que me agradou verdadeiramente. E era isso que buscava nesta obra. Sem tomar muita atenção à sinopse, andei a pairar na leituras das primeiras páginas esperando que a mesma magia acontecesse...
Isso sucedeu realmente mas só depois de ter compreendido a situação política de Chipre, visto que infelizmente pouco sabia do assunto. E Victoria Hislop, sabiamente, fez o favor de me ir explicando no decorrer da acção. Certo, certo, é que a meio do livro estava rendida de novo à sua escrita e envolvida numa trama cheia de momentos de tensão e suspense.
Gostei particularmente de poder chegar ao fim e de não poder afirmar quem tinham sido os personagens principais nem sequer, ao longo da leitura, perceber quem seriam os "bons/maus da fita"! Na primeira metade do livro, com o romance entre Aphroditi e Markos depreendemos que esta obra irá girar em torno destes dois personagens mas depressa verificamos que não é esse o caso. Pela importãncia que o Hotel Sunrise irá ter na vida dos intervenientes deste romance atrever-me-ia a escolhê-lo como o "personagem principal", junto do qual os ódios, os amores, as traições, as ambições, o sentido do dever tomam entre os cipriotas turcos e gregos tomam uma grande dimensão.
Duas famílias unidas pela amizade e separadas por lados diferentes de uma guerra sem sentido e que fez muitos mortos.
Se ainda não leram nenhum romance desta autora têm aqui uma boa oportunidade para o fazer. Recomendo!
Terminado em 27 de Abril de 2015
Estrelas: 4*+
Sinopse
Famagusta, no Chipre, é uma cidade dourada pelo calor e pela sorte, o resort mais requisitado do Mediterrâneo. Um casal ambicioso decide abrir um hotel que prime pela sua exclusividade, onde gregos e cipriotas turcos trabalhem em harmonia.
Duas famílias vizinhas, os Georgious e os Özkans, encontram-se entre os muitos que se radicaram em Famagusta para fugir aos anos de inquietação e violência étnica que proliferam na ilha. No entanto, sob a fachada de glamour e riqueza da cidade, a tensão ferve em lume brando…
Quando um golpe dos gregos lança a cidade no caos, o Chipre vê-se a braços com um conflito de proporções dramáticas. A Turquia avança para proteger a minoria cipriota turca e Famagusta sucumbe sob os bombardeamentos. Quarenta mil pessoas fogem dos avanços das tropas.
Na cidade deserta, restam apenas duas famílias. Esta é a sua história.
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