Quando alguém me diz que não consegue ler livros como este, relatos de casos verídicos sofridos, fico sempre com a certeza que se lessem algum do género acabariam por gostar tal é a fonte de aprendizagem em que consistem. Saber que alguém passou e sentiu o que descreve é, para mim, um acto de coragem, de bravura, que admiro muitíssimo e que respeito de igual modo. Não consigo ficar indiferente a estas leituras. Nem quero tao pouco!
Todos aqueles que passaram por uma situação de doença grave afirmam que mudaram radicalmente a sua vida. Pelo menos começaram a olhá-la e a vivê-la de forma diferente.
David Menasche era professor. Adorava sê-lo. Mas mais do que ensinar ele estabelecia uma forte ligação com os seus alunos. Ajudava-os a crescer ao fazê-los auto-descobrirem-se. Uma das coisas que habitualmente fazia era pedir que fizessem uma lista de prioridades, fornecendo vários itens que teriam de colocar por ordem de preferência. Ele próprio, num momento especial da sua vida, fez a sua lista.
Esta é a história de uma viagem. A viagem de uma vida feita com muita dedicação. Mas é também é uma viagem de aceitação da morte, ao fim de seis longos anos a lutar contra ela, de aceitação das suas dependências, das suas incapacidades.
Um livro enriquecedor que, sem ser lamechas, nos comove sobretudo pelos testemunhos dos seus (tantos!) alunos. Um livro onde a força de viver faz impossíveis!
"Até ao meu último suspiro, viverei!"
Terminado a 16 de Abril de 2015
Estrelas: 5*
Sinopse
O professor David Menasche tinha 34 anos quando lhe foi diagnosticado um tumor cerebral. Durante 6 anos submeteu-se a diversos tratamentos, na esperança de ultrapassar a doença. Até ao dia em que ficou paralisado de um braço e praticamente cego. Perdeu uma parte da memória e, pior, perdeu a capacidade de ensinar. Naquela que seria a decisão mais dolorosa da sua vida, abandonou o ensino e os seus alunos. No entanto, convicto de que queria viver o tempo que ainda lhe restava com dignidade e autonomia, David Menasche interrompeu os tratamentos e partiu numa viagem inspiradora pelos EUA, levando apenas a sua bengala e, às costas, a sua mochila. Acolhido por antigos estudantes seus, ultrapassou obstáculos, viveu experiências memoráveis, aprendeu lições de valor incalculável e tornou-se, ele próprio, um aluno. O cancro acabaria por vencer a batalha, mas ele nunca deixou, verdadeiramente, de viver.
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