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domingo, 20 de janeiro de 2013
Ao Domingo com... Alexandre Rocha
“O que teria a ver a vida de Verónica Silveira, uma empresária que vive no Rio de Janeiro dos dias actuais, que se vê atormentada por sonhos em preto e branco que não consegue compreender, com Miguel Herculano, filho de uma das últimas gerações de senhores de engenho do nordeste colonial brasileiro de fins do século XVIII?
Para realçar ainda mais este labirinto intrincado, que ligações têm a eles outros nomes tão conhecidos do nosso passado como D. João VI, a sua esposa, Carlota Joaquina ou o poeta Bocage?
Cruzando vidas e destinos distantes entre si por séculos e quilómetros, «A Conspiração dos Fidalgos», evento real da historiografia portuguesa, nasce como livro ao longo de uma curiosa e extensa estória, que tem a sua génese inspirada pela obra cinematográfica de Carla Camurati, com a película “Carlota Joaquina, Princesa do Brasil”, de 1995 (a marcar o renascimento do cinema brasileiro, “sepultado” que fora pelo primeiro governo democraticamente eleito no país em décadas, num processo eventualmente similar ao que envolve o mundo cultural português nos dias de hoje – mas isso já outra estória…). Outra evidência desta conjura que ficou para os anais da história pude encontrar em uma pequena edição do início do século XX, de título homólogo, consultada naquele que é um verdadeiro tesouro intrincado no centro do Rio de Janeiro, legado singular dos portugueses aos seus irmãos brasileiros, o Real Gabinete Português de Leitura. É possível que a falta de um destes elementos tornasse impossível esta criação ou a fizesse ter nascido absolutamente diferente.
Cerca de uma década separou o início do fim deste trabalho. Este interregno pôde proporcionar-me mais vivências, que incluiu a travessia de um oceano, essenciais para quem quer ter algo a dizer. Muitas outras influências marcaram a trajectória desta obra, mas duas delas, bem distintas entre si, saltam-me à ponta da língua: a do mais genial autor lusófono de todos os tempos, Eça de Queiróz e a sua crítica mordaz ou, no campo da história, os ensaios do antropólogo australiano Patrick Wilcken.
O que sinceramente espero é que vos possa cativar com as minhas personagens reais ou não, como Alberto, a metáfora da valentia, simplicidade e valor de um povo e o seu arquétipo inverso, Teófilo, a tradução de todo o ranço autoritário, a saloiice, a falta de honestidade e de princípios, que mostra nossa diversidade enquanto pessoas.
A partir do momento deste “encontro” teremos um vínculo especial, autor e leitor, pois, como disse Exupéry, “somos responsáveis por aquilo que cativamos”. E não haverá nada que eu valorize tanto quanto este sentimento mútuo e genuíno, que pode assumir diferentes formas e graus, todas elas sementes originais da humanidade no seu estado mais puro: admiração, amizade, respeito, amor. Eventualmente haverá sempre quem julgue piegas tais palavras. O adjectivo até esta na moda… Haverá quem acredite que o escritor deve tomar uma via de mão única, deixando ao acaso o frenesi criativo, sem buscar o autor. Nada mais contra-natura, sustentado senão por vaidade intelectual. Aliás, já Aristóteles teve uma palavrinha a dizer sobre o assunto…
A si, querido leitor, eu cá os aguardo (temos um site e uma página facebook à vossa disposição: Site: www.miguelherculano.blogspot.com e Página Facebook - agradecemos o seu “like”!: https://www.facebook.com/aconspiracaodosfidalgos). Desde já desejo uma boa e empolgante viagem e que a aventura das páginas de «A Conspiração dos Fidalgos» se traduza para vós na mesma excitação de uma jornada que está prestes a iniciar.”
Alexandre
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Este parece ser mesmo "a minha cara" não é Cris?
ResponderEliminarBeijoca
TeresaCarvalho
A "nossa"Teresa, a "nossa"...
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