"Já conhecia Oscar Wilde por algumas leituras e deliciei-me com o recriar da figura numa daquelas boas e cuidadas séries da BBC. Foi um daqueles que à época se considerava um verdadeiro "leão da moda".
Nascido a 1854 em Dublin foi-se gradualmente impondo, tendo o seu melhor período intelectual de 1887 a 1895. Com uma situação financeira invejável produto do sucesso literário, este vinha sempre acompanhado de mão dada com atitudes cada vez mais excêntricas.
Em 1895, numa sociedade hipócrita e falsamente moralista, o seu nome e a sua conduta foram vilmente arrastados por três julgamentos e condenado a dois anos de prisão com trabalhos forçados por "cometer actos imorais com diversos rapazes".
Foi então que no cárcere redigiu uma longa carta a Lord Alfred Douglas, o outrora amado e quantas vezes idolatrado "Bosie" que foi o funesto destinatário do livro "De Profundis".
São páginas punjentes de palavras bem severas e acusadoras, onde espreita sempre o amor como uma estratégia de sobrevivência.
Profundamente debilitado na saúde e na reputação, foi finalmente libertado em Maio de 1897 e poucos amigos o esperaram na saída, exceptuando o caso do maior de todos eles chamado Robert Ross.
Passou então a morar em Paris, numa quase obscuridade acobertando-se
sob um pseudónimo, com uma produtividade literária muito pequena até à
sua morte em 1900."
Ana Mafalda Salvado
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