Quando saiu este livro não surtiu em mim curiosidade mas já tenho lido críticas espantosas sobre ele. Não está na minha estante mas como vem aí a Feira do Livro, quem sabe?
"Quando li a sinopse deste livro disse logo que o queria ler sem dúvida alguma! Caricato foi que no dia do meu aniversário, no ano passado, soube que o tinha ganho num passatempo e ao mesmo tempo recebi-o de oferta do meu marido...
Posso dizer que quando terminei de ler o livro "A Bofetada" deu-me aquele baque e pensei: "ainda há livros que valem mesmo a pena ler" e "há muito tempo não lia nada assim"! Ainda bem que de vez em quando temos uma lufada de ar fresco literário. É excelente, arrebatador, magnífico, desconcertante, controverso pelo seu conteúdo e pelo tema abordado, mexe connosco de uma maneira que faz com que passemos por várias sensações juntas desde a raiva à perplexidade, ou a tentar entrar no livro e abanar a falsidade de algumas das personagens.
Toda a história gira em torno do mesmo momento ou seja quando um homem dá uma bofetada a uma criança de três anos. Depois desta acção desenrola-se um leque de emoções sobre quem presenciou a cena: existe quem ache que ele agiu mal e quem ache que ele agiu bem. Um simples acto faz despoletar uma série de reacções diferentes em cada personagem.
Devo dizer que Christos Tsiolkas dividiu o livro em oito personagens e muito bem, pois conseguiu que cada uma expusesse o seu ponto de vista sobre o que presenciou naquele dia.
E é com cada uma dessas personagens que vamos conhecendo, ao longo do livro, quais as suas reacções e opinião sobre o tal acto. Há uma mistura de culturas que se chocam, num grande país como é a Austrália. A linguagem utilizada pelo autor é, por vezes, obscena, nua e crua, dura mesmo, sem subtilezas, mas, é pela crueza das suas palavras que a história do livro se torna tão interessante, intensa e empolgante. Podia descrevê-lo com vários adjectivos que bem o merecia. É espectacular. Adorei. Recomendadíssimo!"
Excerto: "- Que piada tem ser normal? É melhor ser diferente e não igual a toda a
gente. Quem quer ser normal, na Austrália?" (pág. 232)
Odete Silva
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