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segunda-feira, 10 de abril de 2023

"A Viagem do Elefante" de José Saramago

Ando a ler Saramago aos poucos. Se vou conseguir ler todos, não sei, mas a vontade é ir lendo conforme sou atraída pelo tema tratado. 

Aqui,  pegando num facto histórico que teve lugar na época de D. Joao III, casado com D. Catarina da Áustria, Saramago retratou-o dando-lhe o seu toque pessoal, com a sua escrita sui generis (que não me faz confusão alguma!) e com pitadas de crítica social à época e aos costumes fechados e a governantes incomodados com as aparências do Portugal de então. 

Algumas partes li-as em voz alta e esse é o truque caso a escrita corrida com diálogos incluídos e os nomes próprios em minúsculas vos atrapalhe a leitura!

O mote deste livro é então um presente que os reis de Portugal querem oferecer ao arquiduque da Áustria, porque o presente dado na altura do seu casamento não foi suficientemente imponente, e que mais não é do que um elefante que veio da Índia há dois anos com o seu cornaca (tratador) de nome Subhro (que significa branco) e que, passando a novidade, foi objecto de esquecimento. A bem da verdade era uma forma de se livrarem de um problema "grande e comilão"!

Salomão, assim se chamava inicialmente o elefante, teria de ser entregue em Valladolid, onde se encontrava o arquiduque, e posteriormente seguiria caminho para Viena aí já sob o comando das tropas austríacas. Seguiria caminho a PÉ, obra hercúlea para essa altura. O enredo está repleto de acontecimentos imprevistos que dão cor à trama.

A imaginação de Saramago é realmente impressionante e, embora a mancha gráfica deste livro seja compacta e a leitura tenha decorrido lentamente pois não considero que haja muita acção e reviravoltas, nunca pensei em colocá-lo de lado! O destino de Salimão (sim, mudaram-lhe o nome a meio da viagem!) e de Fritz, o cornaca a quem também mudaram o nome, manteve sempre o meu interesse!

Siga para outra obra de Saramago! Gostava de ler agora As Pequenas Memórias!

Terminado em 23 de Março de 2023

Estrelas: 5*

Sinopse

Em meados do século XVI o rei D. João III oferece a seu primo, o arquiduque Maximiliano da Áustria, genro do imperador Carlos V, um elefante indiano que há dois anos se encontra em Belém, vindo da Índia.

Do facto histórico que foi essa oferta não abundam os testemunhos. Mas há alguns. Com base nesses escassos elementos, e sobretudo com uma poderosa imaginação de ficcionista que já nos deu obras-primas como Memorial do Convento ou O Ano da Morte de Ricardo Reis, José Saramago coloca agora nas mãos dos leitores esta obra excepcional que é A Viagem do Elefante.

Neste livro, escrito em condições de saúde muito precárias não sabemos o que mais admirar - o estilo pessoal do autor exercido ao nível das suas melhores obras; uma combinação de personagens reais e inventadas que nos faz viver simultaneamente na realidade e na ficção; um olhar sobre a humanidade em que a ironia e o sarcasmo, marcas da lucidez implacável do autor, se combinam com a compaixão solidária com que o autor observa as fraquezas humanas.

Escrita dez anos após a atribuição do Prémio Nobel, A Viagem do Elefante mostra-nos um Saramago em todo o seu esplendor literário.

Cris

9 comentários:

  1. Também estou a ler Saramago assim, aos poucos, para deliciar-me com cada uma das suas obras :)
    Já tenho este cá em casa, mas ainda não chegou a sua hora de passar à frente da pilha de leitura, mas gostei muito da opinião partilhada e aguçou bastante a minha curiosidade!

    Não Digas Nada a Ninguém

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    1. Creio, Inês, q a sua escrita é tao diversificada que se há um que não "entra", o outro a seguir já adoras...

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  2. Sei que a minha irmã leu 2 livros do Saramago. De um gostou, do outro, nem tanto. Como temos gostos semelhantes, tenho que lhe perguntar qual deles gostou para ver se o leio.

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    1. A resposta demorou, mas aqui vai... A minha irmã leu "O Homem Duplicado" e gostou bastante. Leu também "Ensaio Sobre a Cegueira" e também gostou, embora seja uma leitura mais pesada e começou a ler "A Jangada de Pedra", mas desistiu...diz que tem que lhe dar nova oportunidade. Ela emprestou-me "O Homem Duplicado", de modo que quando terminar o livro que estou a ler agora, vou iniciar-me na obra de Saramago.

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    2. Gostava de pegar agora nas Pequenas Memórias! O homem Duplicado ainda não li!

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  3. Vou iniciar hoje o que ganhei aqui no blog 🤗

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