Conheço Ana Teresa, já há muito, através de conversas com amigas. Não é uma autora que reuna consenso. Uns adoram, outros não. Os seus livros não são muito grandes mas, do que me falaram, existe todo um ambiente que lhes é próprio e os torna "parecidos".
Também foi lido para um grupo de leitura e escolhi este porque já morava nas minhas estantes. Desse "ambiente" destaco alguns aspectos: paisagens floridas, com algum nevoeiro, lagos, cheiros intensos, personagens que muitas vezes aparentam ser algo mas que, depois, subitamente, não são o que parecem à primeira vista. O leitor tem de se preparar para alterar a sua opinião sobre aquilo que pensa sobre eles e sobre o enredo da história em si.
A história prende rapidamente. O enredo necessita de atenção constante porque muda completamente de sentido. São duas histórias sobre Lizzie que desconsertam o leitor, contadas sempre pelo narrador, alguém que a ama, que a conhece desde criança. E no entanto, ela é descrita de formas diferentes chegando a ser algo irreal.
Fiquei muito curiosa para conhecer mais obras de Ana Teresa e verificar se estes mundos diferentes que ela cria com as personagens que descreve se mantêm. É-me difícil expressar e sequer contar a história mesmo que fosse esse o propósito desta opinião, que evidentemente não é.
Lerei mais para saber se fico fã da autora. Só com um livro não consigo dizê-lo.
Terminado em 11 de Janeiro de 2023
Estrelas: 4*+
Sinopse
«Uma antiga namorada disse uma vez que eu tinha o ar de quem passou algum tempo no inferno e está ainda um pouco chamuscado; mas era mais comum dizerem-me que tinha um aspecto felino.
A descrição não me desagradava.
Alto, magro, de olhos azuis, rosto de traços felinos. Suponho que as mulheres sempre me acharam bem parecido, ainda que o ar de ter passado algum tempo no inferno fosse um pouco inquietante. Mas as mulheres gostam de sentir medo.
As amigas de Lizzie diziam que ficávamos bem um com o outro. Lembro-me de uma delas ter afirmado que os nossos filhos seriam lindos. Os nossos filhos.
Não sei o que teria acontecido se Lizzie engravidasse naquela altura. Ou antes, acho que sei. Eu teria ficado doido de alegria, embora o dinheiro mal chegasse para vivermos os dois. E ela…»
Levo sugestão 👏
ResponderEliminarParece uma boa sugestão :)
ResponderEliminar.
Nesta timidez onde me encontro...
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Beijos e uma excelente semana!
Não conhecia a autora. Obrigada pela partilha.
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