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quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

"Foi Assim a Guerra das Trincheiras" (GN) de Jacques Tardi

Já tinha ouvido alguém falar bem desta graphic novel e, quando a vi disponível na biblioteca, trouxe-a com prazer. Não se trata de uma história única sobre uma personagem na Primeira Guerra Mundial mas são sim vários acontecimentos contados de uma forma não cronológica que envolveram vários homens, que mais não queriam que voltar sãos e salvos para casa.  Todos tinham algo em comum: desejavam que a guerra acabasse! 

Muito embora não haja um relato cronológico e estes homens, que lutavam pelo lado francês e que aqui surgem retratados, tenham quase todos um triste fim, a história lê-se de uma forma corrida. A impressão que ficamos ao ler estas páginas é que estes homens mais não eram que meros peões cujas vidas não tinham nenhum valor. São impressionantes as ordens que recebem sabendo de antemão que provavelmente não vão regressar a casa. Isto quanto ao texto.

Quanto às imagens, todas a preto e branco, são de um realismo gritante e impressionante. As expressões faciais são muito reais, transmitindo o medo, a ansiedade, a brutalidade. A falta de condições, as ordens sem nexo.  Em suma, a morte.

Brutal e que merece ser lido! 

Terminado em 28 de Dezembro de 2022

Estrelas: 5*

Sinopse

"O que interessa a Tardi, é mostrar o absurdo de um conflito e a confusão dos pobres coitados arrastados nesta máquina que os tritura sem perdão. Tardi fala da guerra, de todas as guerras. Com a angústia de a ver regressar um dia, em toda a sua loucura assassina."

- Gilbert Jacques

"Foi Assim a Guerra das Trincheiras não é o trabalho de um "historiador"... Não se trata de uma história da Primeira Guerra Mundial em banda desenhada, mas de uma sucessão de situações em ordem não-cronológica, vividas por homens que foram manipulados e arrastados para ela, visivelmente nada contentes de se encontrar onde estão, e que a coisa que mais querem no mundo é regressar a casa... ou seja, que a guerra acabe! Não há heróis, não há "personagem principal" nesta lamentável "aventura" colectiva que é a guerra. Só há um imenso e anónimo grito de agonia" - Jacques Tardi, por ocasião do lançamento da primeira versão do álbum.

"Estando ferozmente comprometido com a minha liberdade de pensamento e de criação, nada quero receber, nem do poder actual, nem de qualquer outro poder, qualquer que seja. É por isso com a maior firmeza que recuso esta medalha. Não é obrigatório ficarmos contentes por sermos reconhecidos por gente que não estimamos." - Tardi, na ocasião em que recusou a medalha de Cavaleiro da Legião de Honra, atribuída pelo Estado francês.

Cris

1 comentário: