Só tenho ouvido falar bem da escrita desta autora e dos seus livros anteriores, nomeadamente de O Rouxinol. Nāo tenho termo de comparaçāo porque este foi o primeiro livro seu que li. No entanto, posso-vos dizer que fiquei arrebatada, logo deste o início, pela escrita profunda, cheia de pormenores que nos fazem conhecer melhor o ambiente escolhido (neste caso o Alasca) e os personagens com seus problemas psicológicos complexos.
Achei que a parte final poderia ter mais algumas dezenas de páginas, explorando alguns detalhes que achei pouco desenvolvidos, nāo tornando, de forma alguma, o livro pesado e enfadonho. Como referi, a escrita de Kristin é profunda, reveladora de um estudo e pesquisas demoradas e detalhadas, mas nāo é complicada e lê-se muito facilmente. Queria mais folhas no final. O livro merecia-o, a autora saberia como fazê-lo, tenho a certeza. Há livros que merecem ser um calhamaço e este era um deles.
No entando, nāo quero com isto dizer que o achei insuficiente. Pelo contrário! E aprende-se muito. Nada me torna mais feliz, ao ler, como quando expando o meu conhecimento sobre um determinado assunto/sítio geográfico. Pouco sabia sobre o Alasca. Imaginava-o uma zona imensa, branca e fria. Pouco mais. Saber como viviam os alasquianos, como conseguiam sobreviver e ultrapassar as intempéries que grassam durante os nove meses em que a noite dura quase o dia todo e há pouca luz, foi, para mim, um prazer...... Prazer que vocês sentirāo quando pegarem nesta obra. Tenho a certeza disso.
Como dizia, passeei-me pelo Alasca. Vivi momentos de frio intenso, duma luta constante do Homem contra a Natureza. Um e outro, perdem e ganham! Mas, para além disso, senti na pele os dilemas de quem ama e de quem sofre porque o amor, muitas vezes, assume contornos difíceis de aceitar e entender. A violência doméstica, encapotada e fruto de disturbios pós-guerra Vietnam, bate-nos aqui à porta e deixa-nos de rastos...
Um livro a ler que vale bem as minhas 6 estrelas! O próximo será O Rouxinhol.
Terminado em 21 de Janeiro de 2019
Estrelas: 6*
Sinopse
1974, Alasca. Indómito. Imprevisível. E para uma família em crise, a prova definitiva. Ernt Allbright regressa da Guerra do Vietname transformado num homem diferente e vulnerável. Incapaz de manter um emprego, toma uma decisão impulsiva: toda a família deverá encetar uma nova vida no selvagem Alasca, a última fronteira, onde viverão fora do sistema. Com apenas 13 anos, a filha Leni é apanhada na apaixonada e tumultuosa relação dos pais, mas tem esperança de que uma nova terra proporcione um futuro melhor à sua família. Está ansiosa por encontrar o seu lugar no mundo. A mãe, Cora, está disposta a tudo pelo homem que ama, mesmo que isso signifique segui-lo numa aventura no desconhecido. Inicialmente, o Alasca parece ser uma boa opção. Num recanto selvagem e remoto, encontram uma comunidade autónoma, constituída por homens fortes e mulheres ainda mais fortes. Os longos dias de verão e a generosidade dos habitantes locais compensam a inexperiência e os recursos cada vez mais limitados dos Allbright.
À medida que o inverno se aproxima e que a escuridão cai sobre o Alasca, o frágil estado mental de Ernt deteriora-se e a família começa a quebrar. Os perigos exteriores rapidamente se desvanecem quando comparados com as ameaças internas. Na sua pequena cabana, coberta de neve, Leni e a mãe aprendem uma verdade terrível: estão sozinhas. Na natureza, não há ninguém que as possa salvar, a não ser elas mesmas. Neste retrato inesquecível da fragilidade e da resiliência humana, Kristin Hannah revela o carácter indomável do moderno pioneiro americano e o espírito de um Alasca que se dissipa - um lugar de beleza e perigo incomparáveis. A Grande Solidão é uma história ousada e magnífica sobre o amor e a perda, a luta pela sobrevivência e a rudeza que existe tanto no homem como na natureza.
Cris
Nunca tinha ouvido falar desta autora, mas ultimamente tenho ouvido falar muito bem sobre os livros dela.
ResponderEliminarTemos de ler O Rouxinol, Bea. Dizem que é fabuloso!beijinho
EliminarGostei muito - o tema é atualíssimo (violência doméstica), mas foge aos clichés e a historia está muito bem contada; interessante também o local onde decorre a maior parte da acção (o Alaska) e a informação sobre a vida (dura) da população local há poucas décadas - pelo que sei, hoje já não é assim, o turismo desenvolveu imenso a região (e prejudicou, claro, como em todo o lado).
ResponderEliminarFoi uma leitura intensa esta! Beijinho
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