Thandi é uma mulher que desde sempre sentiu pertencer a dois mundos. Ou a nenhum dos dois. Dividida entre a África do Sul/Joanesburgo (lado materno) e a América (lado paterno) nunca soube bem a qual país chamar lar. A sua pele branca e o seu cabelo encarapinhado sempre a fizeram sentir um pouco à parte desses dois mundos. Como se pertencesse metade de si mesma a um e a outra metade a outro.
A māe era o pilar da sua família. Quando adoece e depois morre, o chāo de Thandi cai abruptamente. A doença foi longa mas nunca se está preparado. A busca do amor, as incertezas que surgem e nāo desaparecem, a perda de alguém querido, o anúncio de uma nova vida...
Pareceu-me tratar-se de um livro com um forte cariz auto-biográfico. Vendo a foto da autora e a pequena biografia que está na badana deste livro nāo consegui desligar-me desses dados e pareceu-me que todo o livro possuía muito da autora, do seu percurso de vida, dos seus amores e perdas. Espero que nāo termine aqui o percurso desta autora e que as suas experiências de vida a levem também a (outros) portos seguros e a outras obras escritas.
Terminado em 17 de Maio de 2018
Estrelas: 4*
Sinopse
Criada na Pensilvânia, Thandi vê o mundo da infância da sua mãe em Joanesburgo demasiado longínquo, mas ao mesmo tempo indelevelmente presente. Sente-se diferente onde quer que vá, no intervalo entre ser branca e negra, americana ou estrangeira. Tenta juntar todas estas peças da sua vida e, enquanto a sua mãe sucumbe ao cancro, Thandi procura por uma âncora: alguém, algo, para amar.
Numa prosa perturbadora e fugaz, acompanhamos a vida de Thandi, desde a perda da mãe à habituação de viver num mundo sem a figura que moldou a sua existência, até às suas aventuras românticas e maternidade inesperada. Através de pequenas descrições, Clemmons cria um retrato fabuloso sobre a força de escolher viver depois de enfrentarmos uma grande perda.
Cris
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