Foi assim que visitei duas épocas distintas e dois espaços físicos também diferentes. As passagens entre eles dão-se suavemente mas deixando o leitor com vontade de regressar pois uma pitada de mistério faz surgir o efeito desejado: queremos conhecer rapidamente o que se passou, tanto no passado (1936 numa longinqua Espanha, nesse ano conturbado da História da Guerra Civil Espanhola) como no tempo em que é contada esta história (1967, em Londres). Como pano de ligação entre estes dois momentos temporais, um quadro alegadamente atribuido a um pintor.
É um livro sobre duas mulheres que viveram em épocas temporais diferentes mas que foram ambas discriminadas pela sua condição. Olive sabe que ninguém a levaria a sério, não teria possibilidades de progressão nem tão pouco lhe seria atribuida a justa fama pela sua arte precisamente por ser mulher. Já em 1967, Odelle sofre alguma discriminação porque o tom da sua pele não é igual aos que a rodeiam.
Mistério, acção e romance q.b. Gostei especialmente do final. Sem o chamado "final feliz" e, talvez por isso mesmo, realista, consistente. Recomendo esta leitura. Livro para devorar.
Terminado a 18 de Julho de 2017
Estrelas: 5*
Sinopse
Londres, anos sessenta do século vinte: uma imigrante proveniente das Caraíbas trabalha numa galeria de arte onde surge um quadro perdido durante a Guerra Civil espanhola e envolto em segredos inexplicáveis. Quem terá pintado este quadro admirável que surgiu de parte nenhuma? A verdade acerca desta pintura remonta a 1936 e a uma grande casa rural em Espanha, onde Olive Schloss, filha de um abastado negociante de arte, acalenta ambições que os pais desconhecem. Por este frágil paraíso, na Andaluzia, passam o artista revolucionário Isaac Robles e a sua meia-irmã, Teresa. Ambos se insinuam no seio da família Schloss, com consequências inimagináveis e desastrosas...
Para saber mais sobre este livro, consulte o site da Editorial Presença aqui.
Cris
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