Uma história verídica que, nos tempos modernos e na nossa sociedade, mais parece saída de um filme de terror. Não nos parece possível que casos semelhantes a este descrito neste livro ainda aconteçem. Porém, infelizmente, o horror surge diariamente. Daí achar que um dos valores dos media é precisamente dar a conhecer ao mundo, no mais curto espaço de tempo, a verdade.
A história de Jinan não é ficção. Pertencente a uma minoria iraquiana iazidi, foi feita prisioneira e vendida a dois combatentes do Estado Islâmico (muçulmanos sunitas do Daesh). Ela e suas companheiras de infortúnio passaram a ser escravas sexuais de dois homens sem sentimentos que as espancaram, obrigaram a converterem-se, violaram.Foram 3 meses de terror até conseguirem fugir.
Para a nossa cultura, aquilo que Jinan vivenciou é algo tão incrível que parece irreal. Irreal parece também o medo sentido por estas mulheres de que as suas famílias não as aceitem de volta. A desonra sentida por terem sido violadas faz com que sejam duplamente vítimas. Vitimas dos carrascos que as violaram e vítimas da sociedade que as recebe como se elas fossem culpadas.
Daí a importância desta leitura. É um grito pela liberdade que Jinan liberta ao escrever esta obra. Para que todos saibam o que se passou, para que todos saibam o que se passa ainda.
Recomendo.
Terminado em 9 de Março de 2016
Estrelas: 5*
Sinopse
Jinan, uma jovem iazidi de dezoito anos, foi raptada com a família pelo Estado Islâmico em agosto de 2014, pelo simples facto de pertencer à minoria religiosa curda residente no norte de Iraque. Separada da família, durante dois meses viverá um inferno junto de outras cinco mulheres cativas, maltratadas e reduzidas à escravidão sexual, até que consegue fugir.
Em dezembro do mesmo ano, encontra-se por acaso com Thierry Oberlé, um conhecido jornalista do Figaro, especialista em matéria de terrorismo, no campo de refugiados onde vive agora, e conta-lhe a sua história. Ambos se juntam então para escrever este livro, quebrando o silêncio para denunciar as atrocidades contra as mulheres por parte do Estado Islâmico em países como o Iraque, a Síria e a Arábia Saudita, o que constitui um testemunho excecional.
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