Não sei se esta história é veridica. Pareceu-me que, no seu essencial, reproduz com nitidez uma altura que muitos querem recordar e muitos outros, esquecer.
Rui (Calisto?) era um menino brasileiro, de apenas nove anos, que foi visitar familiares a Luanda. Num espaço de pouco mais de um ano viveu e creceu muito rapidamente. Apaixonou-se como as crianças o sabem fazer, com intensidade. Pela terra e pelas gentes da terra. Viveu dias de paz e de guerra. De amor e de sofrimento. E é pelas suas palavras que entramos na capital e vivemos com eles esses momentos.
Lembro-me que muitos diziam que África era um amor à primeira vista! Os tons e as pessoas mesclavam-se com os sabores e cheiros e fundiam-se num só. Quem chegava não queria mais partir. Era a terra de quem lá nascia e de quem chegava. As portas abertas, a confiança e a alegria espelhadas nas gentes.
Não sei se esta história é verídica mas isso tampouco importa. Revi-me nela em muitos aspectos. Isso sim fez a diferença. Fez-me recordar os cheiros e os sabores de uma Angola que não esqueci e que guardo no meu baú das recordações de menina.
Li quase tudo num dia, acabei na madrugada do dia seguinte. Não usei velas para acaber a leitura noturna, como Rui fazia em tempo de guerra, nem li debaixo da cama, tal menino com medo dos tiros de metralhadora. Mas li a pensar nisso...
Terminado em 2 de Agosto de 2015
Estrelas: 5*
Sinopse
Aos nove anos de idade, Rui vive um drama intenso. Corria o ano de 1974, e a radiosa e próspera Luanda transforma-se num inferno. Milhares de portugueses são ameaçados pelas guerrilhas, sentindo as suas cabeças a prémio. Muitos são assassinados. O menino é obrigado a crescer.
No meio deste terrível cenário, surge uma elegante e terna morena de olhar intenso, que o vai fazer perder-se de amores.
Poderá um coração apaixonado manter-se vivo entre as tormentas da guerra?s
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