Uma história que decorre maioritariamente na antiga Lourenço Marques mas que tem a sua origem na Suécia. Estamos por volta de mil novecentos e pouco. Henning Mankell conta-nos a história de Anna, uma rapariga que por circunstâncias várias na sua vida se põe a caminho em busca de trabalho e chega a África. Um retrato fiel do que poderia ser a vida nesse continente, com duas culturas tão diferentes, uma dominadora e muitas vezes cruel, a outra, oprimida e mesmo assim cheia de vida e alegre.
Hanna procura trabalho mas, sobretudo, um sentido para a sua vida. Qual é o seu lugar? Onde pertence? Que laços a unem aos que a rodeiam? E, o mais importante, como agir?
Habilmente, Henning Mankel transporta-nos para outra época onde culturas diferentes se confrontam e, paralelamente, nos confrontam com uma realidade que não é a nossa. O ódio está lá, em cada olhar, em cada silêncio, esperando uma oportunidade para agir. De ambas as partes, de ambas as culturas. Hanna aprende, apreende e faz escolhas. Será Hanna Branca ou Hanna Preta?
Saber que nessa época existiu esta mulher, mas que pouco se sabe dela em concreto, fez-me admirar a imaginação deste autor pois com tão pouco, muito fez.
Um final imprevisível. Gostei muito.
Terminado em 13 de Junho de 2015
Estrelas: 5*
Sinopse
Para fugir à miséria que avassalou os campos da Suécia em 1904, Hanna Lundmark, arranja um trabalho de cozinheira num navio com destino à Austrália. Após uma paragem no porto de Lourenço Marques, Hanna toma a ousada decisão de abandonar o barco e começar uma vida nova na cidade.
Após uma série de acontecimentos que fazem dela a mais bem-sucedida proprietária do bordel mais famoso de Lourenço Marques, Hanna está determinada a tentar alterar as mentalidades que caracterizavam a sociedade branca moçambicana nos princípios do século XX. Porém, a sombra do racismo que paira sobre brancos e negros é de tal forma densa que só pode conduzir à tragédia e à morte.
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