Adorei este título! Sugestivo e imaginativivo q.b. Mas também revelador da temática do livro. A perda, a ausência permanente, a morte, essa palavra difícil de pronunciar quando se trata de um ente querido.
No entanto, ela não é tratada de uma forma penosa e chocante mas sim como um tributo à vida. Porque se viveu bem, porque se viveu completamente, porque todos temos de partir.
Sabemos que a autora estava a passar por uma perda, dois anos passados sobre a morte do seu marido, e a escrita desta obra foi como que um catalisador do seu estado de espírito. Uma catarse. Ler o diário de Marie Curie, duas vezes prémio Nobel, redigido no ano seguinte à perda do marido, Pierre Curie, ajudou-a. Reviu-se nela, compreendeu-a.
E este livro não é só sobre Marie Curie, a sua vida, os momentos passados e a sua luta pelos seus sonhos e projectos numa época que as mulheres tinham o dever de estar enfiadas na cozinha e quase nada mais... Este livro é sobre a vida, sobre a luta. Sobre VIVER. Sobreviver.
Num estilo coloquial, onde muitas vezes somos questionados e tratados por "tu", Rosa Montero deixa marcas no leitor. Não é uma leitura leve, mas aconselho-vos a terem um papel e um lápis à mão. Tantas pequenas frases para anotar, tantos pensamentos...
Terminado em 7 de Fevereiro de 2015
Estrelas: 4*+
Sinopse
Quando Rosa Montero leu o diário que Marie Curie começou a escrever depois da morte do marido, sentiu que a história dessa mulher fascinante era também, de certo modo, a sua. Assim nasceu A ridícula ideia de não voltar a ver-te: uma narrativa a meio caminho entre a memória pessoal da autora e as memórias coletivas, ao mesmo tempo análise da nossa época e evocação de um percurso íntimo doloroso.
São páginas que falam da superação da dor, das relações entre homens e mulheres, do esplendor do sexo, da morte e da vida, da ciência e da ignorância, da força salvadora da literatura e da sabedoria dos que aprendem a gozar a existência em plenitude.
Um livro libérrimo e original, que nos devolve, inteira, a Rosa Montero de A Louca da Casa - talvez o mais famoso dos seus livros.
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