"Quando pedi este livro emprestado à minha boa amiga Cristina esperava ser arrebatada por ele e estava ansiosa por dar inicio à leitura. Contudo, a vida nem sempre nos permite realizar o que queremos quando o planeamos e assim muitos meses depois e num período em que fiquei impedida de trabalhar por doença, agarrei-me a este livro.
No inicio não compreendi as personagens e as suas motivações e senti-me algo desiludida. As personagens, dois irmãos que pouco se viam porque viviam em Londres e Milão e quando se falavam era acerca do pai em telefonemas breves e formais. Dois homens muito diferentes que nao tinham conseguido ter uma relação mais intima, fraterna. Uma relação de cumplicidade familiar. Andrea e Marco não tinham rancores ou grandes questões por resolver mas quando o pai os impediu de questionar a doença da mãe na vá tentativa de os proteger, piorou tudo porque aumentaram os medos e conflitos interiores de cada um. Não os protegeu da própria infelicidade.
Nesta fase, aproximadamente na pag. 70 comecei a compreender a densidade das personagens enredadas em bloqueios e relações afetivas turbulentas. Andrea, casado, sem filhos e infeliz, enquanto Marco livre e desimpedido em amizades coloridas que surgiam por coincidência e solidão mas preso a um amor correspondido da sua juventude que nunca assumiu e como tal nunca evoluiu.
Novamente a doença vai sujeitar a que as suas vidas sejam alteradas e cria uma brecha na fortaleza que criaram em torno dos seus sentimentos. Confrontos e argumentação revelam muito do não sabiam um do outro e de si mesmos. Uma surpresa final vai liberta-los.
Romance terno e compassivo que atinge os leitores dependendo do seu estado de espírito e as suas vivências. Despretensioso e simples mas eloquente.
Uma lição de vida.
Vera Sopa
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