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segunda-feira, 1 de abril de 2013

Tempo para falar de Helen Lewis


Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 152
Editor: Editorial Planeta
ISBN: 9789896572877


Relato impressionante de uma época que não devemos esquecer! 

Escrito de uma forma crua, na primeira pessoa, sem uma grande adjectivação mas sem esconder a realidade dos factos vividos, esta leitura fez-me lembrar o livro de Primo Levi, Se isto é um homem

Tempo para falar conta-nos como viver podia, nessa época, estar ligado ao factor sorte e Helen teve a sua cota parte de sorte no meio de todo o terror em que viveu. Saber que conseguiu refazer a sua vida no meio dos destroços que restaram do seu corpo e da sua personalidade foi, sem dúvida, um incentivo para conseguir ler o seu livro até ao fim, com esperança. Mas não sendo uma leitura fácil, é necessária, obrigatória!


Lembro uma frase que retive na memória que me custou a ler, que reli com uma dor profunda e que revela o carácter humano no seu pior... Depois da libertação, quando pediam (a autora e uma amiga) uma chávena de chá no centro da Cruz Vermelha em Praga, disseram-lhes que àquela hora não havia pois o centro ia fechar.
E passo a reproduzir:
"-Quanto tempo estiveram no campo de concentração?
-Três anos.
-Bem, se aguentaram lá durante três anos também podem passar mais uma noite sem uma chávena de chá." (Pag. 137)

Cruel, demasiadamente cruel para quem tinha acabado de sair de um pesadelo bem real! Recomendo, sobretudo para quem, como eu, gosta de ler relatos verídicos dessa época histórica em que alguns homens eram apenas números, números a abater.

Um livro para reler, sem dúvida alguma! Recomendo vivamente!

Terminado em 27 de Março de 2013

Estrelas: 6*

Sinopse


A crítica não ficou indiferente a um testemunho pungente que nos toca o coração.
«Em Tempo para Falar, Helen Lewis traça-nos um mapa do Inferno e, ao fazê-lo, oferece-nos uma obra de arte sem mácula. Nunca põe um pé em falso ao guiar-nos através de uma paisagem de pesadelo. A sua voz não se altera, o seu estilo permanece simples. Uma forma modesta de se exprimir que esconde a angústia da recordação.» Michael Longley

«É a história de um sofrimento quase inacreditável, mas contada de uma maneira que quase infunde alegria no leitor… notável pela sua simplicidade e lucidez elegíacas, pelo ímpeto irresistível, pela integridade insuperável e pela impressionante ausência de autocomiseração e rancor. Em suma, de abordagem fácil, empolgante e de uma honestidade evidente… todos deviam lê-la.» Independent

«O que distingue este livro de todos os relatos em primeira mão do Holocausto é a capacidade evidenciada por Lewis para descobrir traços de humanidade, onde, com toda a justiça, não tinha razões para os ver… recusa-se a desumanizar mesmo aqueles que tentaram arrancar-lhe tudo quanto tinha de humano - um feito raro para qualquer pessoa na sua situação.» Guardian

1 comentário:

  1. Essa parte que transcreveste do livro... é tão cruel! Ainda por cima vindo de alguém da cruz vermelha e dps daquelas pessoas terem vivido num pesadelo durante TRÊS ANOS! :(

    bjs*

    ps. deixei.te um selinho ;)
    http://blocodedevaneios.blogspot.pt/2013/04/selo-desafio-arco-iris.html

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