O meu début literário aconteceu com o livro «Poesia para Médicos, Farmacêuticos, Biólogos e afins…», publicado pela Chiado Editora, em Junho de 2009. Aproveitando os meusconhecimentos em ciências de bata branca, compilei um conjunto de 30 poemas de Vida e Morte, quer num tom humorístico quer num tom sério.
http://www.chiadoeditora.com/index.php?option=com_content&view=article&id=240:poesia-para-medicos-farmaceuticos-biologos-e-afins&catid=91:ficcaocoleccao
Mais tarde, em Fevereiro de 2010, resolvi alargar a Poesia a todos os que sentem a Vida como um turbilhão de sentimentos e de sonhos, alimentando a Alma com o bater do coração e com lágrimas correndo o rosto, e publiquei«A (p)Alma da Arte», também pela Chiado Editora.
Ainda nesse mesmo ano, em Novembro, publiquei o meu primeiro conto de Natal, uma obra humorística, sarcástica e satírica sobre a crise financeira mundial. Último trabalho pela Chiado Editora, foi com «A crise financeira do PaiNatal» que iniciei a escrita em prosa.
Em 2011, já pelas Edições Vieira da Silva, publiquei o meu primeiro texto infantil, em verso e com ilustrações para colorir,chamado «A Viagem da Flor Dourada». Foi o regresso à Poesia e às lições genuínas de conquista dos sonhos.
http://edicoesvieiradasilva.pt/content/viagem-da-flor-dourada-2%C2%AA-edi%C3%A7%C3%A3o
Em Novembro de 2012, também pelas Edições Vieira da Silva,publiquei uma sátira informal, absurda e caricatural sobre a sociedade portuguesa, onde vários vizinhos estereotipados tentam resolver um problema de condomínio, de preferência sem trabalhar. Chama-se «O Prédio» e é o meu texto mais divertido. Excerto:
De baixo para cima e de um modo específico, os condóminos do prédio em causa deveriam ser os únicos do mundo a dar um certo charme à palavra «devoluto»:
no rés-do-chão esquerdo, morava uma psicóloga chamada Patrícia, mulher chorosa e solitária, sobejamente agarrada a programas de televisão com conteúdos para embalar a piedade e a frustração, motivo pelo qual já se encontrava bem pior do que qualquer dos seus antigos pacientes, que com o tempo se cansaram de lhe pagar para lhe dar consultas;
no rés-do-chão direito, morava um bolseiro de investigação científica chamado André, microbiólogo de grande devoção e baixo vencimento, dotado de uma capacidade inaudita de imitar carneiros irritados, tamanha a força das marradas que dava com a sua careca nos grandes calhamaços técnicos, geralmente por cansaço, antes, durante e depois de passar a maior parte dos dias de semana armado em rato de laboratório num instituto público;
no primeiro esquerdo, morava um cabeludo chamado Rodolfo, informático de grande mestria e profundo devoto da mais inerte preguiça, incapaz de trabalhar senão em economias paralelas, com os piratas da perna digital, e sempre disposto a chular as prestações sociais do Estado, inclusive um subsídio de desemprego que nunca ninguém conseguiu perceber em que moldes lhe fora atribuído;
no primeiro direito, morava uma bonita e simpática estudante universitária chamada Sofia, que, apesar de ter dois dedos de testa e alguma capacidade de trabalho, pagava as propinas fazendo uso do corpo, nomeadamente da boca libidinosa, das mamas sem silicone e das profundezas em volta do períneo;
no segundo esquerdo, morava um cego chamado Fernando, génio da guitarra e trovador assíduo nos túneis movimentados do metropolitano de Lisboa, onde, sempre na fiel companhia do irrequieto Patuças, trocava tímpanos fundidos por moedas caridosas, bem como festas na cabeça do canídeo por aplausos em forma de latidos;
no segundo direito, morava um parvo que ignorou os pais quando estes lhe disseram, no dia do seu quadragésimo aniversário, que não fosse viver para aquela casa, ou seja, morava eu mesmo, escritor mal sucedido e cidadão porco até mais não, fruto de acreditar subconscientemente que o meu nunca escrito best-seller teria como marcador uma barra de sabão azul e branco;
no terceiro esquerdo, morava um polícia maluco chamado Gervásio, brutamontes e desbocado, fervoroso adepto do Benfica e fã incondicional do Quim Barreiros, que, salvo o devido desconto pelo trauma de batismo, mostrava ter pancada por assuntos bélicos e historietas de espionagem, única maneira de se libertar da resignação de nada mais fazer senão passar multas;
por fim, no terceiro direito, no andar que até parecia o sótão que nunca tive, morava um casal de coelhos humanos com os seus sete rebentos, Margarida, João, Nelson, Catarina, Idalina, Afonso e José, filhos de Pedro e Andreia, uma espécie de família vonTrapp miserável, toda ela alimentada pela soma dos sete abonos de família, toda ela sem qualquer música no coração.
http://edicoesvieiradasilva.pt/content/o-pr%C3%A9dio
O meu trabalho diário, muito além da literatura, pode ser acompanhado na página do Facebook:
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Miguel Morais
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