101 Lugares para Ter Medo em Portugal
De Vanessa Fidalgo
Em 2003, os atores interromperam espavoridos as gravações da telenovela O Teu Olhar. Estavam a ser atacados por forças sobrenaturais no castelo de Montemor-o-Velho. A 10 de outubro de 1982 um estranho fenómeno deixou a caseira da Quinta da Penha Verde, em Sintra, a tremer que nem varas verdes; uma verdadeira chuva de pedras caiu sobre a misteriosa quinta. Já se for à Serra da Estrela e visitar a Lagoa Escura vai poder ouvir falar do monstro que se esconde nas suas profundezas.
Numa terra conhecida como Torre da Mesqueira, no concelho de Albufeira, há uma encruzilhada que assusta muito boa gente. Um ponto obscuro entre caminhos onde, segundo a voz do povo, aparecem fantasmas, almas penadas e até mulas sem cabeça! Ainda hoje o Aqueduto das Águas Livres causa arrepios quando se pensa no que aconteceu há 150 anos atrás, altura em que Diogo Alves por lá andava a matar as suas vítimas.
Vanessa Fidalgo leva-nos a 101 lugares em Portugal onde é impossível não ficar arrepiado… Um mapa do medo, que percorre ruas, casas e paisagens, contando histórias dos lugares onde passamos todos os dias, mas que estão marcados por acontecimentos terríveis, sejam eles crimes, manifestações do sobrenatural ou simplesmente o fantástico e maravilhoso lendário popular onde não faltam bruxas, fantasmas e aparições.
A Imperatriz que Veio de Portugal
De Mercedes Balsemão
Isabel concretizava o sonho por que tanto esperara. Na alegre e imponente cidade de Sevilha, a infanta portuguesa, filha de D. Manuel I, viu pela primeira vez o seu marido. Carlos V, rei da Hispânia e imperador do Sacro Império Romano-Germânico, o soberano mais poderoso de toda a Cristandade. O amor nasceu naquele mesmo instante e durou toda a sua vida, até a morte a arrebatar, sem piedade, com apenas 36 anos, depois de mais um acesso de febre, consequência de um último parto mal sucedido. Carlos V não escondeu a dor da sua perda. Não voltaria a casar, abdicando da Coroa de Castela para o seu filho.
Aclamada por todos como a mulher mais bela da sua época, Isabel exerceu na perfeição a sua função de rainha, mulher e mãe. Foi regente de Castela durante as prolongadas ausências do marido pela Europa, mostrando inteligência e perspicácia na resolução das questões do reino. Mas nunca se conformou com essas separações que a remetiam para uma melancolia contra a qual se forçava a lutar. Engravidou seis vezes, tendo apenas sobrevivido três dos seus filhos. O mais velho, único varão, assumiria o trono de Castela como Filipe II, Filipe I de Portugal.
Na sua primeira incursão pela escrita de romances, e depois de uma exaustiva pesquisa, Mercedes Balsemão traça-nos o retrato desta magnífica infanta portuguesa, mulher do Renascimento.
Duquesas e Marquesas de Portugal
De Ana Cristina Pereira e Joana Troni
Pertenceram às mais nobres e antigas casas nobiliárquicas portuguesas. Viveram no glamour e no esplendor da Corte, foram damas e camareiras de rainhas, umas apaixonadas pelas artes, outras pela literatura. Umas foram diplomatas, mulheres de coragem e pilares fundamentais da monarquia, outras protagonizaram escândalos que abalaram o poder estabelecido. São marquesas, duquesas e condessas de Portugal.
Maria Luísa de Sousa Holstein, neta do famoso diplomata, D. Pedro de Sousa Holstein, também 1º conde e 1º marquês de Palmela e 1º duque do Faial, como aristocrata que era, foi próxima da Família Real, inclusive era amiga das rainhas D. Maria Pia e D. Amélia, sendo sua camareira-mor. Notabilizou-se em várias áreas da vida portuguesa, A 3ª duquesa de Palmela, cuja Casa recua até ao século XV, tinha um talento reconhecido internacionalmente para a escultura, mas foi também uma figura proeminente da beneficência em Portugal, acompanhando de perto a fundação das Cozinhas Económicas. D. Joana Josefa de Meneses cresceu no ambiente rico e culto do Palácio da Anunciada, não é pois de estranhar a obra literária que deixou como herança. A 3ª condessa da Ericeira foi escolhida para ser camarista de D. Catarina de Bragança, a rainha-viúva de Carlos II de Inglaterra.
Já D. Leonor da Câmara, expulsa do reino por D. Carlota Joaquina, pôs-se ao serviço de D. Maria II, a rainha-menina cujo trono tinha sido usurpado pelo tio, o infante D. Miguel. A sua vida é indissociável da de D. Maria II. Seria a sua perceptora e acompanhá-la-ia durante o exílio em Londres, a viagem ao Brasil, a estadia em Paris, retornando, a seu lado, à velha Lisboa. Morre marquesa de Ponta Delgada, título atribuído pela antiga pupila.
São as histórias destas e de outras mulheres, recheadas de amor e ambição, que as historiadoras Ana Cristina Pereira e Joana Troni, autoras dos bestsellers As Amantes dos Reis de Portugal, nos contam neste original livro.
Os Mistérios do Abade de Priscos
De Fortunato da Câmara
O livro que tem entre mãos não é um livro de História, nem tão pouco um livro de receitas, mas sim um livro onde o crítico gastronómico Fortunato da Câmara nos conta, depois de uma exaustiva e original pesquisa, histórias desconhecidas e curiosidades apetitosas de algumas iguarias, pratos, ingredientes que estamos habituados a degustar, com prazer no dia a dia, sem questionar o porquê da sua designação, a sua origem geográfica ou as figuras a eles ligados.
Sabia que a lasanha, a «mãe» das paste alla italiana, nasceu numa cozinha grega? A famosa sobremesa Tiramisu quer dizer literalmente «anima-te» e a sua paternidade é disputada em Itália? Que as tirinhas de bife com natas, a que chamamos Strogonof, são um prato que tem origem numa das mais importantes famílias aristocratas da Rússia, de apelido Stroganov?
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